Fatores como o grau de imprevisibilidade geopolítica e o aumento da taxa de juro pelo BCE serão determinantes na performance do mercado imobiliário, num futuro próximo, nomeadamente no fluxo de liquidez, indica a B. Prime, na edição resumida do Prime Watch.
No segmento de escritórios, «a retoma da atividade veio confirmar a robustez deste tipo de ativos», refere a consultora: em Lisboa este mercado está atualmente a menos de 35.000 metros quadrados de atingir o melhor take up de sempre. A B. Prime refere que as empresas dos Sistemas de Informação representam quase metade da totalidade da procura por estes espaços.
Na edição resumida do Prime Watch, destaca-se também o facto de os proprietários procurarem cada vez mais obter as principais certificações de sustentabilidade (BREAM, LEED ou WELL), numa ótica de valorização dos seus portfólios, poupanças energéticas ou até por uma questão de responsabilidade social.
No segmento da indústria e logística, a consultora imobiliária nacional, adianta que existe uma escassez de produto, no entanto uma procura crescente, o que tem levado a uma pressão nas rendas e a uma compressão das yields. Já o retalho foi o setor «mais fustigado pela pandemia tem tido um comportamento assimétrico, consoante o tipo ativo», indica.
Em termos de mercado de investimento, prevê-se que o volume de negócios deste ano iguale o período pré-pandemia, refere o estudo, dando exemplos de vários portfólios de grande dimensão em fase avançada de negociação. Apesar de alertar para um «período de maior cautela por parte dos investidores», o Prime Watch revela que os ativos portugueses continuam a apresentar yields muito competitivas e a atrair capital estrangeiro, que por si só representa 75% do volume total aplicado em Portugal, com os espanhóis, alemães e suíços a encabeçar as transações em Portugal.
«O mercado manteve-se e deverá manter-se dinâmico em 2023 mercê da liquidez existente e da consolidação de Portugal como destino para investidores internacionais. É previsível um ajustamento das yields justificado pela alteração do cenário macroeconómico, ainda assim menos significativo em comparação com outros mercados europeus, onde as yields sofreram compressões mais acentuadas ao longo dos últimos anos», sublinha Nuno Ferreira, Investment da B. Prime.