O mercado de escritórios de Lisboa registou até agosto uma ocupação acumulada de 207.300 m². De acordo com o Office Flashpoint, elaborado pela JLL, o mercado de escritórios na capital atravessa o melhor momento de sempre: o take-up registado em 2022 já torna este ano o melhor dos últimos dez anos para o mercado de Lisboa.
«Ao longo do ano, foram negociados uma média de 25.000 m² de escritórios por mês em Lisboa. A manter o ritmo que vimos até agora, a ocupação até final do ano tem condições para ultrapassar os 230.000 m²», refere Sofia Tavares, Head of Office Leasing da JLL, acrescentando que «não temos qualquer expetativa de que o mercado perca dinâmica. A procura está elevadíssima e é muito direcionada para áreas de grande dimensão. O único desafio à absorção de mais espaço tem sido a falta de capacidade da oferta em responder. Daí que uma boa parte dos negócios sejam num modelo de ocupação futura, com várias operações de pré-arrendamento e de ocupação-própria».
Em 2022, Lisboa totaliza 141 operações, com uma área média de 1.470 m². O Parque das Nações é o destino mais procurado (32% do take-up acumulado) e as empresas de Serviços Financeiros as que mais absorveram espaço (42% do take-up). O mês de agosto contribuiu com 20.500 m² para o take-up anual, igualmente liderado pelo Parque das Nações (53% da ocupação mensal), mas com protagonismo das empresas de TMT’s & Utilities (83% do take-up mensal).
Ao contrário de Lisboa, o Porto teve um mês de agosto com pouca atividade: somou cerca de 1.000 m² ocupados, dos quais 63% na zona CBD-Boavista e 88% ocupados pelas empresas de TMT’s & Utilities. O mercado do Porto registou 33.400 m², em termos acumulados, volume que supera em 30% o absorvido em igual período do ano passado. De janeiro a agosto, concretizaram-se 42 operações, com uma área média em torno dos 800 m². No acumulado do ano, a zona do CBD-Baixa é líder (40% do take-up anual) e a procura teve especialmente ativa entre as empresas de TMT’s & Utilities (50% da área).
Para Sofia Tavares «não há falta de procura no Porto, onde sentimos muita pressão de empresas em busca de novos escritórios. Neste mercado é ainda mais evidente o desequilíbrio face à oferta, o que tem levado a um crescimento mais contido. Mas existem diversos projetos novos a vir para o mercado e o próximo ano vai ser particularmente importante para o take-up do Porto».