O regime do pré-arrendamento continua a ditar o ritmo da conclusão dos negócios, sendo que, já é possível afirmar que no decorrer do ano de 2024, 42% da nova oferta já se encontra arrendada, apesar de ainda estar em construção. É uma das conclusões do relatório trimestral Market Profile, lançado pela B. Prime, onde a consultora faz um retrato sobre a evolução do 1º trimestre do mercado imobiliário comercial.
No segmento de escritórios, o indicador do take up reflete um crescimento vertiginoso que ascendeu a 64% na região de Lisboa e de 44% no Porto, em que as zona 5 (Parque das Nações) da cidade de Lisboa e a Boavista no Porto foram as geografias mais procuradas pelas empresas.
No segmento de logística verificou-se uma maior diversificação da procura em diferentes regiões de Portugal, nomeadamente em Lisboa, Porto, zonas do centro e norte.
Para além desta performance, os projetos que estão em pipeline e que deverão estar concluídos até 2026 trarão um grande dinamismo a este setor, porque a qualidade construtiva corresponde aos mais elevados padrões que os operadores procuram, tanto na abertura de novas unidades de negócio, como nos planos de expansão dos seus respetivos negócios.
No retalho, o comércio de rua foi o elemento mais forte e responsável por 47% das aberturas de portas, com o retalho alimentar a liderar as inaugurações. Este segmento registou ainda 42% do volume do investimento comercial total que ascende a 278 milhões de euros, ainda assim, 15% abaixo do investimento verificado no período homologo.
“Alguma definição e estabilização de medidas, que o novo Governo possa introduzir, serão fatores que contribuirão fortemente para esse retomar de atividade”
Jorge Bota, Managing Partner da B. Prime, afirma que «o mercado teve um arranque forte no setor dos escritórios, mas ainda hesitante no investimento. A nossa expectativa é que também este setor inicie uma dinâmica de crescimento a partir do terceiro trimestre, com a confirmação do corte de juros por parte do BCE e possa terminar o ano, já em níveis muito positivos, embora não o suficiente para ter mais um grande ano de investimento no mercado imobiliário comercial em Portugal. Alguma definição e estabilização de medidas, que o novo Governo possa introduzir, serão fatores que contribuirão fortemente para esse retomar de atividade».