Segundo dados apresentados na terça-feira pelo Conselho Municipal da Habitação, Lisboa tem 48 mil casas sem residentes. Freguesias da Misericórdia, Santa Maria Maior, Santo António, São Vicente e Estrela são as que registam uma maior percentagem de casas vazias. De referir que, nestas cinco freguesias, mais de 20% das casas não são identificadas como residência habitual nem secundária, de acordo com a Lusa, citado pelo Eco, segundo dados de fontes oficiais apresentados numa reunião do Conselho Municipal da Habitação a que a agência teve acesso.
Conforme a apresentação exibia, as maiores percentagens de casas vazias variam entre os 33% na freguesia da Misericórdia e os 20% na Estrela, a passo que as menores taxas se registam no Lumiar, 8%, e em Marvila, Santa Clara e Carnide, todas com 9%. Já em termos de números absolutos, a freguesia de Lisboa com mais casas vagas é a de Arroios, 3.890, enquanto a que tem menos é Carnide, 831. Segundo os dados que foram apresentados, é nas freguesias com maior percentagem de casas vazias que o Alojamento Local, para turistas, tem mais peso em relação no total de habitações.
Consoante os dados apresentados na reunião do Conselho Municipal da Habitação com os investigadores, em Lisboa há 320 mil casas e 244 mil famílias. Entre os casos de residência habitual, 50% são proprietários (122 mil casas) e 42% arrendatários (102 mil).
De recordar que, na Semana da Reabilitação Urbana de Lisboa, Filipa Roseta, Vereadora da Habitação, já havia revelado que um dos principais desafios enquanto vereadora é «ao longo de 2022 estamos a desenhar a Carta Municipal de Habitação de Lisboa. O primeiro desafio da carta é: Lisboa tem 320.000 casas e 244.000 famílias, sobram assim 48.000 casas vazias em Lisboa. Como conseguimos trazer estas 48.000 casas a jogo?».
Filipa Roseta, afirmou ainda à Lusa que «está a ser um processo muito rico para todos. O objetivo final é fazermos uma Carta Municipal da Habitação que consiga ter uma estratégia muito clara não só para a habitação pública, mas também para ajudar o mercado privado a funcionar melhor e para criar um mercado acessível».