Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, considera que é provável que a instituição reduza as taxas de juro de referência este verão, apesar de qualquer decisão estar dependente de «alguns indicadores».
Em entrevista à Bloomberg, em Davos, na Suíça, onde decorre o Fórum Económico Mundial, a responsável respondia sobre o tema da descida das taxas de juro, referindo que «é provável» que aconteça. Mas ressalvou que «tenho de ser reservada [no que toca à política monetária] porque também estamos dependentes de dados e ainda há um certo nível de incerteza e alguns indicadores ainda não estão ao nível que gostaríamos de os ver».
Para combater a inflação na Europa, o Banco Central Europeu já fez 10 aumentos sucessivos das taxas de juro de referência, entre julho de 2022 e setembro de 2023. Na última reunião de política monetária, que se realizou a 14 de dezembro, o BCE manteve inalteradas as taxas diretoras pela segunda vez. Assim, a taxa de depósitos do BCE permanece agora nos 4%, o nível mais alto desde o lançamento do euro em 1999. A principal taxa de juro de refinanciamento fixa-se nos 4,5%, e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,75%.
A RTP recorda também que, a 11 de janeiro, Christine Lagarde já tinha dado nota de que o pico de subida das taxas de juro na zona euro já deveria ter sido atingido.
Certo é que a pressão em alta dos preços tem desacelerado, mas continua acima da meta dos 2% traçada pelo BCE. Segundo o Eurostat, no final do ano, na zona euro, a inflação subiu ligeiramente, para os 2,9%, depois dos 2,4% registados em novembro. Na União Europeia, aumentou para 3,4%, ainda assim significativamente abaixo dos 9,2% e 10,4% registados um ano antes, respetivamente.
Em Portugal, e segundo o IHPC, divulgado pelo INE, em dezembro a taxa de inflação ficou-se pelos 1,9%, abaixo dos 2,2% do mês anterior e dos 9,8% de dezembro de 2022.