Segundo as contas da Lusa, feitas com base nas estatísticas do SEF, este valor compara com os 742 milhões de euros investidos em 2019. No total, foram atribuídos 1.182 vistos, menos que os 1.245 do ano anterior.
Só no mês de dezembro foram investidos 27,7 milhões de euros, menos 46% que em novembro e menos 38% que em dezembro de 2019. Foram atribuídos 49 vistos, dos quais 47 via compra de imóveis, sete ara reabilitação urbana, num total de 26,3 milhões de euros.
14 vistos foram atribuídos a cidadãos chineses, 4 a argelinos, 4 a russos, 3 a brasileiros e 3 a sul-africanos.
Segundo o SEF, desde 2012, quando este instrumento foi criado, foram investidos 5.097 milhões de euros por via da aquisição de bens imóveis, num total de 8.829 ARIs concedidas. A transferência de capitais representa um investimento de 541 milhões de euros.
Este instrumento estará, no entanto, em vias de mudar radicalmente, já que foi aprovada em Conselho de Ministros a limitação da concessão de novos Vistos Gold nas regiões litorais do país, incluindo Lisboa e Porto. Mas a medida aprovada só deverá entrar em vigor a partir de julho próximo, permitindo um período de transição e adaptação.
O setor imobiliário tem-se mostrado contra esta alteração, apesar de admitir ajustes ao programa. A APPII tem sido uma das vozes mais ativas na defesa da importância deste instrumento, enquanto motor de captação de investimento estrangeiro, e considera que «este não é o momento certo para o fim do programa de autorizações de residência para investimento, que causa um dano reputacional a Portugal». Por isso, afirma-se «disponível para trabalhar com o Governo e demais parceiros, numa nova solução, que tire partido da aprendizagem realizada com o programa atual, e que permita lançar um programa moderno, que encontre uma solução de equilíbrio para todas as partes e que volte a cativar o investimento estrangeiro para o nosso país. Representamos pessoas, empresários responsáveis, que querem fazer parte das estratégias de política pública do nosso país, em prol dos portugueses».