Investimento imobiliário pode atingir €2.700M em 2022

Investimento imobiliário pode atingir €2.700M em 2022

O investimento imobiliário pode atingir 2,7 mil milhões de euros neste ano, comparativamente aos 2,1 mil milhões de euros de 2021. De acordo com as declarações de Eric van Leuven, diretor-geral da Cushman & Wakefield em Portugal, à Lusa, citada pelo Observador, a hotelaria e a logística representam «quase 90% de todo o investimento institucional em imobiliário».

Somente nos primeiros seis meses do ano, houve um volume de investimento superior a 600 milhões de euros, no entanto em julho e agosto estes valores «quase que duplicaram e regista-se 1,2 mil milhões de euros de investimento concluído em 2022», refere o responsável, indicando ainda que há mais cerca de 1,5 mil milhões de euros de investimento na calha até ao final do ano, atingindo assim os 2,7 mil milhões de euros.

«O mercado português tem-se portado muito bem nestes últimos seis meses contrariamente a outros mercados europeus que claramente se ressentiram da guerra, da incerteza, do aumento dos custos e da taxa de juro, que não deixa de ser muito importante no imobiliário», destaca Eric van Leuven.

Para o próximo ano, o diretor-geral da consultora acredita que poderá haver uma «retração no mercado imobiliário em termos de volume e sobretudo de valores. Neste momento os investidores não sabem muito bem onde está o ‘chão’ dos preços. Num investimento de qualidade é mais difícil determinar onde está o preço e, por isso, acredito que vá haver um abrandamento em 2023, sobretudo na primeira metade, mas isso é a minha visão», sendo que vai depender «muito da crise energética ou da guerra na Ucrânia».

No que diz respeito à área residencial, o responsável refere que «podem eventualmente estar a fazer-se casas que não sejam acessíveis para os portugueses e que dependem muito da compra por estrangeiros», sublinhando que há de facto um problema «para a população local», mas que «não é por falta de interesse de promotores e construtores para fazer casas para essas faixas». Eric van Leuven aponta assim para problemas como o licenciamento, impostos e outros obstáculos: «é um problema que tem de ser resolvido a nível político», refere o responsável.