Investidos 226 milhões em imobiliário comercial na AM do Porto

Escritórios com tendência de recuperação no início do ano.
Fotografia de Freepik.

Entre o início de 2023 e abril deste ano, foram transacionados 226 milhões de euros em imobiliário comercial no Grande Porto, dos quais 38 milhões de euros entre janeiro e abril de 2024. À semelhança da tendência verificada em Portugal, o mercado contou com um peso dos investidores internacionais de 66% do volume transacionado.

A mais recente edição do “Porto Market Update”, estudo desenvolvido pela Cushman & Wakefield, revela que o mercado imobiliário na região do Grande Porto registou novos valores recorde em vários segmentos, com destaque para o setor residencial (venda/arrendamento de imóveis) e setor do retalho, com as rendas prime a serem corrigidas “em alta” desde 2023 e durante o primeiro trimestre de 2024. Este estudo destaca a resiliência do setor, que se mantém condicionado pela escassez de oferta na região.

Andreia Almeida, Associate Director, Head of Research & Insight, Cushman & Wakefield, refere que «à semelhança da tendência verificada a nível nacional, assim como em todos os mercados europeus, o investimento imobiliário institucional na Área Metropolitana do Porto (“AMP”) registou quebras homólogas em 2023 e início de 2024. Apesar disso, numa geografia em que acresce a maior escassez de oferta de ativos para este tipo de investimento, a quebra homóloga de 17% nos últimos 16 meses demonstra uma maior resiliência da região comparativamente com o mercado a nível nacional, que registou neste período uma contração de 36%».

Escritórios com tendência de recuperação no início do ano

O mercado de escritórios do Grande Porto registou uma quebra de 14% dos volumes de ocupação no ano transato, tendo sido transacionados 50.050 m². Contudo, é de notar que, por um lado, este valor foi atingido apesar de uma significativa falta de oferta nova de qualidade; e, por outro, esta quebra foi significativamente inferior à registada na Grande Lisboa (- 59%). Nos primeiros quatro meses do ano, o Porto registou uma tendência de recuperação, com a absorção a atingir os 21.280 m² - um crescimento homólogo de 82%.

Retalho representa 41% do total investido

A Área Metropolitana do Porto agrega o segundo maior volume de oferta de conjuntos comerciais em Portugal, contando com mais de 30 projetos e 848.000 m² de ABL. Este valor representa 29% da área total nacional, somente ultrapassada pela Área Metropolitana de Lisboa com 48%. Com uma dezena de negócios registados nos últimos 16 meses, o setor de retalho retomou a liderança, representando 41% do total investido com 93 milhões de euros.

Os concelhos de Vila Nova de Gaia e Matosinhos têm a maior concentração de oferta da região, com 220.000 m² de ABL cada; sendo o formato de centros comerciais o mais representativo, com 86%. Por seu lado, o setor de restauração continuou a dominar, representando perto de metade do número de transações.

Por influência do aumento da procura e escassez de oferta, as rendas prime de retalho têm vindo a ser corrigidas em alta em todos os segmentos desde 2023.

Residencial

Ao longo dos últimos 12 meses, o mercado de compra e venda de apartamentos no Porto verificou uma retração do volume de transações, embora com aumento dos preços médios, segundo os dados do SIR / Confidencial Imobiliário. Quanto à procura, houve uma nova queda acentuada de 18% no número de fogos vendidos, contraposta por um aumento nos valores transacionais, que aumentaram 15%. Todas as zonas registaram incrementos homólogos, com a zona da Foz a retomar a liderança. Relativamente ao segmento de arrendamento privado (ou PRS – private rented sector), manteve-se o desequilíbrio entre oferta e procura na cidade do Porto, segundo dados do SIR Ci.