Durante o discurso de abertura, Richard Betts, Group Publisher na Real Asset Media, partilhou como, após a crise financeira de 2008, as pessoas pensaram que a Península Ibérica não estaria no radar dos investidores, o que agora prova estar longe da realidade... as pessoas querem investir em Espanha e Portugal!
Por sua vez, António Gil Machado, Diretor da Iberian Property, apresentou alguns dos principais números-chave das economias espanhola e portuguesa. Destaca-se o crescimento do PIB em ambos os países (Espanha regista um crescimento anual de 2% e Portugal 2,5%), impulsionado principalmente pelas exportações; o saldo do governo ainda está além do desejado, mas espera-se que a dívida seja reduzida; e, até agora, 2023 está a bater os níveis de turismo de 2019, que também está a ser um dos motores de crescimento para ambas as economias.
Valdecarros Madrid - um dos maiores projetos de desenvolvimento urbano em Espanha
Luis Roca de Togores, Presidente do Conselho Comunitário de Valdecarros, explicou à audiência como Valdecarros acelerou tanto num contexto económico e político particularmente turbulento, a nível internacional como interno. No entanto, a economia espanhola cresceu 0,5% no primeiro trimestre do ano, em comparação com os 0,1% da zona euro. Espanha está bem colocada para liderar o crescimento económico nos próximos dois anos entre os grandes países desenvolvidos. As últimas previsões publicadas pela Comissão Europeia e pelo FMI já colocavam a economia espanhola na liderança, o que também foi confirmado pela OCDE, que aumentou a previsão de crescimento para 2,1% em 2023 e 1,9% em 2024.
Espanha também se classificou em quarto lugar entre os destinos europeus mais atrativos para o investimento imobiliário, subindo três lugares face ao ano passado e ficando apenas atrás do Reino Unido, Alemanha e França. Por conta da sua segurança jurídica e vantagens fiscais, Madrid, em particular, é uma das cidades mais procuradas na Europa para investir.
Há três meses, a Câmara Municipal de Madrid aprovou a adaptação do projeto de obras de habilitação de Valdecarros à sua execução, com um orçamento total de 1,8 mil milhões de euros, em oito fases. Se acrescentarmos os investimentos em construção, este novo bairro madrileno contribuirá com mais de 7,5 mil milhões de euros para Madrid e criará cerca de 450.000 postos de trabalho. Destas oito fases de desenvolvimento urbano, a primeira já está em curso desde 2021 e as obras da segunda e terceira começarão em breve.
Nos 16 anos previstos para o desenvolvimento completo das oito fases, serão construídas um total de 51,000 novas habitações, um terço das 150,000 previstas para toda a capital durante o mesmo período. Destas 51,000, pelo menos 55% estarão sob alguma forma de proteção de preços, pelo que este novo bairro será, a partir de agora, o epicentro da habitação a preços acessíveis na cidade. Neste sentido, Valdecarros constituirá o maior novo parque habitacional de Madrid nas próximas duas décadas. Será o bairro mais habitado de Madrid e com maior densidade de serviços e zonas verdes.
«A colaboração público-privada, um planeamento urbano adequado e um desenvolvimento abrangente e faseado como o nosso são a melhor contribuição para melhorar a acessibilidade à habitação, tão necessária para todos e especialmente para os jovens», afirmou Luis Roca de Togores.
Recorde de contribuição do investimento ibérico para a Europa
No seguimento das perspetivas macroeconómicas e imobiliárias, Carlos García Redondo, Senior Diretor Investment Properties I&L da CBRE Espanha, e Nuno Nunes, Head of Capital Markets da CBRE Portugal, apresentaram em conjunto os últimos estudos sobre a Península Ibérica. Portugal e Espanha estão a crescer mais do que a maioria dos países europeus. Embora o turismo continue a ser um impulso positivo, tem havido uma evolução muito positiva noutros setores, como a indústria transformadora e outras actividades industriais. Por outro lado, o investimento público também registou um aumento positivo, algo que se espera que continue a alimentar a economia nos próximos anos.
No que diz respeito ao sentimento geral do setor, a rápida subida das taxas de juro é uma questão conhecida e explica em grande parte o facto de o mercado estar tão parado, ou porque razão os volumes de investimento podem diminuir significativamente este ano. Nas palavras de Nuno Nunes, «uma parte significativa do mercado ainda está a tentar perceber como acomodar esta mudança nas suas avaliações actuais, no seu novo programa de investimento».
Carlos García Redondo concordou com o assunto e reforçou que «quase 100% dos investidores institucionais precisam de financiamento e este fator é crítico para os mesmos, estas forças de subida dos últimos 300 dias estão a levar tempo a adaptar-se... e mesmo para os investidores que não tomam financiamento, ainda estão a tentar perceber qual é o preço correto, e ninguém quer ser apanhado a cair».
Mantenha-se conectado à Iberian Property para aceder a um relatório completo da conferência, com discussões em mesa-redonda e acesso às seguintes apresentações:
- A Economia Ibérica e as Oportunidades de Investimento do Master Planning
- Espanha e Portugal - perspectivas macroeconómicas e imobiliárias
- Atualização legal e fiscal para Espanha e Portugal. O que é que deve saber?
- Build to Rent, a nova fórmula para o investimento residencial!
- Onde está o "Alpha" para uma carteira diversificada em Espanha e Portugal?
Na próxima segunda-feira em formato de Special Story!