Imobiliário de luxo "está à beira de uma revolução" movida pela tecnologia e inovação

A Engel & Völkers encerrou 2024 com um crescimento de dois dígitos, aumentando as suas receitas globais em 13% e atingindo os 1,24 mil milhões de euros. Num ano marcado por desafios no setor imobiliário, a empresa aproximou-se do seu melhor desempenho histórico, registado em 2021, e consolidou a sua posição no segmento de luxo. Em entrevista à Vida Imobiliária, Daniela Rebouta, Sales Director da Engel & Völkers Lisboa, Oeiras e Setúbal, considera que «este desempenho positivo esteja diretamente associado a uma estratégia de crescimento muito bem definida, sustentada na nossa qualidade de serviço e na inovação digital», afirma. A responsável acrescenta que «a eficácia do nosso modelo de negócio e a nossa forte capacidade de resiliência numa indústria tão desafiante continuam a consolidar a nossa posição como uma empresa de referência no setor imobiliário de luxo». Inovação digital e IA impulsionam crescimento A evolução do mercado imobiliário exige cada vez mais soluções tecnológicas para otimizar processos e personalizar a experiência dos clientes. A Engel & Völkers tem estado na linha da frente desta transformação, investindo em inteligência artificial e digitalização. Neste âmbito, Daniela Rebouta destaca principalmente a «forte aposta na área digital e na integração de soluções baseadas em inteligência artificial, que permitiram otimizar a experiência do cliente e aumentar a eficiência operacional. Esta inovação digital possibilitou-nos não apenas acompanhar, mas também responder de forma mais rápida e eficaz, às novas necessidades do mercado», explica Daniela Rebouta. Para a empresa, a inovação tecnológica não substitui o fator humano, mas deve complementar o trabalho dos consultores. «O setor imobiliário de luxo está à beira de uma revolução, impulsionada pela tecnologia e pela inovação, e as agências imobiliárias precisam de abraçar essa mudança, aliando a tecnologia ao toque humano, de forma a criar verdadeiras experiências e criação de valor real para os clientes», destaca a responsável. Portugal atrai compradores de luxo cada vez mais diversificados Embora os investidores portugueses continuem a ter um papel relevante, a procura internacional tem sido determinante para o setor. «Portugal consolidou-se como um dos destinos preferidos para investidores que procuram imóveis premium», refere Daniela Rebouta, acrescentando que «os clientes não procuram apenas propriedades de luxo diretamente ligadas ao seu valor comercial, mas tendem a privilegiar o simbolismo associado a essas mesmas propriedades – uma casa com história, uma vista deslumbrante sobre o Tejo ou um refúgio de sonho exclusivo numa vila costeira». Outro fator cada vez mais determinante na decisão de compra é a sustentabilidade, com um aumento da procura por imóveis eficientes em termos energéticos e dotados de tecnologia inteligente. «Casas inteligentes começam também a integrar um dos requisitos básicos para a tomada de decisão», salienta Daniela Rebouta, sublinhando que «a necessidade de um serviço altamente personalizado e a criação de uma relação de alta confiança com a agência imobiliária vai muito além da simples transação comercial». Além do segmento de segunda habitação, verifica-se um interesse crescente no investimento em imóveis de luxo para arrendamento, fruto do elevado retorno financeiro que este mercado pode oferecer. No entanto, Daniela Rebouta sublinha que «o certo é que cada vez mais se identificam compradores cuja intenção é adquirirem uma habitação própria. Esta opção é mais comum entre portugueses, ainda que se verifiquem compradores internacionais que optem por residir em Portugal, não apenas pela qualidade de vida, mas também tendo em conta os incentivos fiscais». Cascais e Estoril lideram o mercado, mas novas regiões começam a emergir As previsões para 2025 apontam para um crescimento sustentado do mercado imobiliário de luxo. A proximidade a Lisboa tem impulsionado também o mercado em Cascais e Estoril, onde, segundo Daniela Rebouta, «o crescimento imobiliário tem sido notável ao longo dos últimos anos. Em 2024, Cascais e Estoril lideraram a procura, com um aumento médio de 107% nos preços das habitações, evidenciando o apelo contínuo destas zonas para o segmento de luxo». No entanto, «Porto e Braga também se destacaram como mercados muito dinâmicos e no Algarve, em que 92% das transações comerciais foram realizadas com compradores estrangeiros, Lagos liderou a procura, ao passo que Vilamoura, ainda que com um crescimento mais modesto, continuou a representar uma fatia significativa das transações». Cidades como Setúbal, Aveiro e Évora estão a surgir como novos polos de investimento, «oferecendo preços de entrada mais baixos e potencial significativo de crescimento, atraindo investidores que procuram oportunidades além dos mercados tradicionais», acrescenta. “Sabemos que só as empresas imobiliárias que conseguirem adaptar-se rapidamente às novas realidades e oferecer um serviço de consultoria abrangente estarão na vanguarda deste mercado" Para 2025, a Engel & Völkers prevê «um crescimento sustentado do mercado imobiliário de luxo em Portugal, muito associado ao crescente interesse por parte de investidores estrangeiros e pela valorização da qualidade de vida em Portugal», refere Daniela Rebouta, adiantando que «existem áreas específicas que continuaremos a apostar, como é a crescente integração da tecnologia no setor imobiliário, que promete continuar a redefinir a experiência do cliente no mercado imobiliário». Num mercado cada vez mais competitivo e em constante transformação, a Engel & Völkers acredita que a capacidade de adaptação será determinante para manter a sua posição de liderança. «Sabemos que só as empresas imobiliárias que conseguirem adaptar-se rapidamente às novas realidades e oferecer um serviço de consultoria abrangente estarão na vanguarda deste mercado», infere Daniela Rebouta.

CONTEÚDO EXCLUSIVO PARA ASSINANTES