Foi em dezembro que a Portugal Ventures entrou na estrutura acionista da HUB SA., coincidindo com um reforço do investimento por parte dos atuais acionistas, que pode representar um aumento de capital até 1,3 milhões de euros. Nuno Constantino, Whatever da Hostels HUB, descreve um «namoro antigo», que remonta a 2016, e que representa «a oportunidade de ter um acompanhamento na evolução do nosso negócio culminando com o atual investimento. A Hostels HUB passa assim a integrar a carteira de participadas da Portugal Ventures que nos permite ter um contributo relevante no desenvolvimento do negócio e o acesso a uma rede de parceiros nacionais e internacionais», explica o responsável.
A entrada da Portugal Ventures acontece depois de um ano atípico devido à pandemia. O comportamento das unidades da empresa foi distinto nas unidades que permaneceram abertas, em Lisboa, Ericeira e Peniche, com as duas últimas menos afetadas e a registar «um verão muito positivo, em linha com 2019». Segundo Nuno Constantino, «em Lisboa registamos uma queda acentuada na procura levando ao encerramento temporário de uma das nossas unidades».
Com este novo investimento e reforço de capitais próprios, a HUB tem agora «três objetivos centrais», entre os quais, explica Nuno Constantino, «a consolidação do mercado nacional (Costa Alentejana, Algarve e Norte de Portugal), criação de uma oferta inovadora alojamento (avaliação de outras oportunidades nomeadamente glamping) e internacionalização da gestão para outras geografias».
Neste momento, a marca está a «analisar diversas oportunidades, algumas delas para estarem em funcionamento já no verão de 2021, por exemplo, na cidade do Porto porque acreditamos que é importante para criar uma oferta realmente nacional». E desvenda que «estamos muito próximos de anunciar a próxima unidade».
Um novo híbrido entre hostel e “long stays”
Apesar das contingências, e de ter fechado um hostel na Parede e outro em Faro, a Hostels HUB inaugurou no verão de 2020 uma nova unidade em Lisboa, o HUB Lisbon Nomad .
Este hostel «irá funcionar nos próximos dois a três anos num modelo híbrido entre Hostel e Long Stays evoluindo naturalmente para Hostel com a recuperação do mercado turístico». Nuno Constantino explica que «esta unidade, tal como as últimas que integraram o nosso portfolio (Ericeira e Peniche) destacam-se por oferecer 100% dos quartos com casa de banho privativa».
Esta oferta para “long stays” foi também lançada em outras unidades, como as da Ericeira e Peniche «com grande sucesso, sendo algo a manter nos próximos anos», prevê o responsável.
Como parte da estratégia de adaptação à pandemia, em 2020 a marca adaptou os seus hostels «às exigências do programa “clean and safe” do turismo de Portugal, e procedemos a uma redução da oferta de camas e a uma formação exaustiva de todos os colaboradores. Na componente comercial criámos ofertas para estadias mais longas, pacotes para famílias e amigos, compras antecipadas de vouchers, entre outras. Aderimos também à oferta para estudantes num protocolo estabelecido com diversas unidades de ensino».
2021, ano de “mixed feelings”
Nuno Constantino considera que o ano arranca ainda «com alguns mixed feelings», mas está confiante de que o aumento da vacinação e a redução da curva de contágios «em março/abril pode levar a uma recuperação do mercado turístico».
Exemplifica que «assim que saiu a notícia do início do processo de vacinação na Europa recebemos logo alguns pedidos de grupos para este ano que estão sujeitos, como é lógico, à redução dos constrangimentos. Como o mercado onde atuamos é genericamente de jovens, temos dados que apontam para uma recuperação mais rápida». Jovens estes que viajarão «assim que as condições mínimas forem restabelecidas», sendo «o primeiro grupo a viajar contribuindo não só para a recuperação dos hostels mas também dando confiança aos outros segmentos que é seguro viajar levando ao inicio da recuperação».
«Encerrando 2021 a 50% ou 60% dos valores obtidos em 2019, será já positivo e marcará o otimismo para 2022, ano em que acreditamos se assistirá a uma grande recuperação do sector em geral e dos hostels em particular», conclui Nuno Constantino.