O inquérito revela expetativas de vendas de curto-prazo pouco animadoras, que refletem principalmente uma tendência de enfraquecimento da procura que tem vindo a ser reportada pelos operadores nos últimos meses. A queda consistente no número de novos imóveis a entrar no mercado é também outro motivo para um maior pessimismo.
O PHMS de dezembro revela que a procura no mercado de compra e venda voltou a cair nas três regiões cobertas pelo inquérito, nomeadamente Lisboa, Porto e Algarve. Por outro lado, o número de vendas acordadas caiu ligeiramente, mantendo-se relativamente estável nos dois inquéritos anteriores.
Em dezembro, o número de novas angariações voltou a cair, apresentando a leitura mais fraca desde o início do PHMS, em 2010. Paralelamente, os preços continuam a subir, mas a um ritmo mais lento nos últimos 6 meses. As perspetivas de curto-prazo dos operadores relativamente à evolução dos preços são agora ligeiramente negativas, apesar de se prever que os preços estejam mais elevados no final de 2019: 3% no Porto e 2% em Lisboa e no Algarve.
O PHMS analisa ainda o índice de confiança nacional, uma medida combinada entre as expetativas de curto-prazo relativas aos preços e às vendas. Este indicador fixou-se em -4, face aos +16 do mês anterior, mas as perspetivas de 12 meses relativas aos preços mantêm-se em alta.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, comenta que «os diferentes indicadores de mercado mostram que, por um lado, a tendência geral é positiva, mas, por outro, que existem sinais de uma desaceleração nas principais cidades. Isso é evidente nos índices de preços residenciais geridos pela Confidencial Imobiliário, que mostram uma redução no crescimento dos preços em Lisboa. Em particular, o Centro Histórico lidera a nova onda de estabilização no mercado, um cenário também apontado pelos inquiridos».
Para Simon Rubinsohn, Chief Economist do RICS, «os últimos resultados traçam perspetivas mais moderadas para o mercado residencial a curto-prazo, ainda que as perspetivas de longo-prazo não se tenham alterado muito. Estando o cenário económico do país ainda com condições para se manter favorável, resta agora ver se o sentimento do mercado muda para uma direção mais animadora à medida que avançarmos em 2019».
Nota ainda para o mercado de arrendamento, que continuou a registar um aumento da procura em dezembro, mas mais fraca que nos últimos meses. As expetativas de subida das rendas a 3 meses mostraram uma tendência de estabilização pela primeira vez desde 2015.