Fortera tem 700 milhões em projetos em curso para os próximos 5 anos

O grupo israelita Fortera entrou em 2015 em Portugal, onde já tem vários projetos concluídos e em curso nas cidades do Porto, Vila Nova de Gaia, Espinho, Matosinhos, Leça, Maia e Braga, sendo que pretendem «continuar a investir no Norte», adiantou Elad Dror, CEO do Grupo Fortera, em entrevista à Vida Imobiliária. O responsável pelo grupo mostrou-se «contente com a operação em Portugal», apesar de «preocupado com a instabilidade da legislação por parte do governo».Ao ser questionado sobre o Alive Riverside, um dos grandes projetos imobiliários que o grupo tem em mãos, Elad Dror assinala que «é incrível trazer este projeto inovador e disruptivo para Portugal. O Alive Riverside é o primeiro projeto com este conceito implementado e acredito que estes edifícios serão tão divertidos de se viver que se tornarão padrão». O responsável adianta que, desde o evento de apresentação do Alive Riverside até agora, «50% do edifício nº. 4, que abrimos à comercialização no final do ano passado e iniciamos a construção há um mês, está vendido», sendo que 75% são compradores portugueses e 25% estrangeiros.“Temos planos interessantes para a zona sul de Lisboa”Para o próximo projeto residencial, a Fortera vai implementar o conceito de habitação Alive na zona sul da região metropolitana de Lisboa, num projeto com um investimento superior a 200 milhões de euros. «Se tudo correr como planeado, vamos começar no início do próximo ano com a construção na margem sul de Lisboa. Diria que não estará concluído antes do final de 2026. Acreditamos que as pessoas devem ter este conceito em todo o país porque é a forma ideal de viver», aponta o CEO do grupo.Conceito "Alive by Fortera"Elad Dror atenta ao facto de que «cerca de 30% da população mundial sofre de solidão, e quando conhecemos pessoas, é essencialmente online, sendo que a maioria das pessoas que moram em prédios não conhecem seus vizinhos, e essa situação pode perdurar por décadas» algo causado pelos próprios projetos dos edifícios, explica: «em muitos casos, os promotores priorizam a eficiência de custos sobre o bem-estar das pessoas e da comunidade».Assim sendo, o responsável pelo grupo israelita considera que o «espaço é apenas um componente, mas é o essencial», neste sentido «queríamos garantir que cada edifício tivesse espaços para interagir, para co-work, um clube infantil (in-out), uma área para churrasco, jardim integrado, uma fogueira e muito mais. Ninguém quererá ficar sozinho em edifícios Alive, e nunca estarão (a menos que escolham)», declara.Mais de 700 milhões em projetos em andamento para os próximos 5 anosAtualmente, o grupo com especialização em reabilitação e renovação, investiu mais de 100 milhões de euros «apenas em aquisições, sendo que a Fortera iniciou a sua atividade no Porto, Boavista, Santo Ildefonso, Nevogilde e Campanhã, mas também temos projetos concluídos e em pipeline em Vila Nova de Gaia, Espinho, Matosinhos, Leça, Maia e Braga», indica Elad Dror, adiantando que o grupo israelita «tem mais de 700 milhões de euros em projetos em andamento para os próximos cinco anos».A Fortera tem como alvo o segmento médio: «pensamos nas pessoas e na sua felicidade quando planeamos os nossos projetos, por isso, investimos muito mais. Não porque queremos vender caro, mas porque acreditamos que as pessoas merecem o melhor ambiente para viver», afirmou Elad Dror.Portugal continua a ser um destino atrativo para investir?Este ano «vai trazer alguma angústia e vamos olhar para isso com cuidado», diz o responsável pela Fortera. Portugal «era um ótimo país para investimento», mas com as restrições que o Governo está a implementar «esse cenário pode mudar», frisa Elad Dror, adiantando que «estamos a analisar cuidadosamente os planos de governo e, se forem executados como foram apresentados, reconsideraremos muitos dos nossos planos. Tínhamos muitos planos para Portugal, mas há muitas dúvidas. Queremos estabilidade».“Parece que o Governo acha que já não precisa de investidores. Portugal vai na direção errada”O CEO da Fortera nota que «fomos convidados a investir aqui e parece que o governo acha que não já precisa de investidores». Considera que «com o caminho certo, o Governo pode garantir uma vitória para todos», para isso «basta que se sente e converse com quem está no setor».Elad Dror considera que o fim do programa de Vistos Gold vai «definitivamente» afetar o mercado: «os Vistos Gold aceleraram a renovação de cidades como Lisboa ou Porto, onde dezenas de edifícios estavam abandonados. O governo deve encarar os vistos Gold como uma solução e não como um problema». Neste sentido, para o responsável pelo grupo, podem ser implementadas diferentes soluções como «expandi-lo para Build to Rent (BTR) e ser capaz também de limitar o aluguer por um período - digamos 10 anos com a garantia de que depois disso, o investidor possa vender ou alugar pelo preço de mercado. Ou dar aos promotores um maior índice e capacidade em condição de BTR», elucida Elad Dror.

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