Escritórios esperam recorde de absorção de 300.000 m² este ano

Até setembro, o mercado de escritórios da zona de Lisboa contratou perto de 250.000 m², uma subida de 209%, e a previsão é que se possa atingir o recorde dos 300.000 m² até ao final do ano.As contas são do Marketbeat Outono 2022 da Cushman & Wakefield, que destaca uma área média transacionada (até setembro) de 1.530 m², mais 75% que no período homólogo, e uma taxa de desocupação de 6,9%, que diz respeito a «vários escritórios muito obsoletos. Continua a haver muita procura por edifícios certificados», explica Carlos Oliveira, líder da área de Escritórios da consultora.As novas aberturas de escritórios, a maior parte deles ocupados, somaram os 66.700 m². Já a oferta futura em pipeline soma os 235.000 m², 73% dos quais já ocupados. «Não se prevê um aumento significativo da nova oferta», segundo o responsável, principalmente da oferta dita especulativa.Este ano, as rendas prime fixaram-se nos 25 euros/m² em Lisboa, num período de aumento generalizado.Absorção sobe 34% no PortoNo mercado do Porto, a absorção subiu 34% para os 45.200 m² colocados até setembro, com uma área média transacionada de 890 m². A taxa de desocupação ronda os 9%.Foram inaugurados 39.400 m² de novos escritórios este ano. A oferta futura ronda os 98.900 m², e 32% da mesma está contratualizada.Também no Porto, as rendas subiram, com a prime a atingir os 18 euros/m².Ocupação desce em 2023Carlos Oliveira alerta que «a ocupação deverá descer no próximo ano, as empresas têm agora mais cautelas», nomeadamente devido ao contexto internacional. Ainda assim, «Lisboa continua a ser uma cidade atrativa para as operações internacionais, nomeadamente para a área de “shared services”». Até porque está «geograficamente longe da guerra, e nota-se alguma deslocalização de empresas do Leste da Europa». Também o Porto aumenta o seu destaque a nível internacional.Já as rendas, não deverão baixar. «O aumento dos custos de construção não permite que as rendas baixem», além das novas exigências de sustentabilidade.No que toca às novas tendências de trabalho, a C&W confirma que se traduzem num aumento da área média por colaborador, graças às áreas sociais e comuns. «Mudou a forma como se utilizam os escritórios, há maior flexibilidade e responsabilização dos colaboradores, os ajustes são feitos aos poucos», diz Carlos Oliveira. O que é certo é que «continuam a ser essenciais» e «as empresas competem cada vez mais pelo talento», com a sustentabilidade e a qualidade no topo das preocupações.

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