Ao longo do ano, foram registadas cerca de 50 operações, 11% abaixo dos números de 2019. No entanto, a superfície média contratada por transação em 2020 aumentou, reflexo da conclusão de 7 operações com áreas acima dos 3.000 m².
21 destas transações dizem respeito a áreas brutas locáveis superiores a 500 m², cerca de 89% da área colocada. 13 operações dizem respeito a áreas entre os 200 e os 300 m² (8% da área colocada), e 16 a áreas inferiores a 200 m² (3%).
Segundo o relatório "On Office Porto", da Predibisa, ¾ da área colocada dizem respeito à cidade do Porto. Só o CBD da Boavista concentrou ¼ de toda a área colocada durante o ano (13.638 m²) e 16 operações. O mercado foi também muito dinâmico no CBD da Baixa, na Zona Oriental, Outros Porto (Paranhos) ou ZEP. Fora do Porto, destaque para a zona de Matosinhos, que concentrou 8.185 m² colocados e 11 operações, seguida por Vila Nova de Gaia, com 3.933 m².
Mais de metade (56%) da área colocada no Porto em 2020 diz respeito à necessidade de expansão de área por parte das empresas. 31% diz respeito à mudança de instalações, e 13% à chegada de novas empresas à região. Neste último caso, o número de transações cresceu 40% face a 2019.
Em 2020, a Predibisa colocou mais área de escritórios que em 2019 (11%) e registou a maior quota de mercado, num total de 23.091 m² de área total colocada (43% do total).
A consultora foi responsável por quatro das sete operações registadas com áreas contratadas acima dos 3.000 m², que correspondem a 32% da área total absorvida no ano.
Um mercado muito atrativo para as empresas
A Predibisa explica que as boas performances que o mercado de escritórios do Porto tem registado nos últimos anos se alicerçam na elevada atratividade da cidade para as empresas, o que tem fomentado a contínua captação de investimento estrangeiro para a região, mesmo em tempo de pandemia.
Esta dinâmica é sustentada pela conclusão e surgimento de novos projetos, que «vêm suprir uma carência registada no último ano em termos de oferta, indo de encontro às necessidades dos seus ocupantes, o que se traduz numa rápida ocupação dos edifícios novos».
Teletrabalho não vai substituir o escritório
Isabel Rocha e Graça Ribeiro da Cunha, consultoras da área de escritórios da Predibisa, comentam neste relatório que a consultora «o atual contexto pandémico impulsionou a transformação digital e o teletrabalho. No entanto, temos continuado a assistir a uma procura de espaços por parte das empresas, que pretendem que os seus colaboradores regressem ao escritório a curto prazo, logo que o contexto assim o permita».
Acreditam que «o teletrabalho poderá permanecer num regime parcial, mas o espaço de escritório é o local onde a empresa se desenvolve e é essencial que se adapte a esta nova realidade. Constatamos que as empresas cada vez mais valorizam os espaços que permitam melhor acolhimento e permanência no escritório, criando zonas de lazer que promovam interação social entre os vários colaboradores, reforçando assim o trabalho e espírito de equipa das organizações».
Completam ainda que «neste início do ano e com o novo período de confinamento geral, voltaremos a sentir um adiamento na tomada de decisões por parte das empresas. No entanto com o avançar do programa de vacinação, estamos convictos que haverá um maior grau de confiança, levando a que as empresas possam retomar e concretizar os seus projetos».