Os mais recentes números da AHETA dão nota de uma descida da ocupação média de -56% de janeiro a novembro. Só no mês de novembro, a ocupação média por quarto foi de 12,3%, menos 71,3% que em igual mês do ano passado.
O mercado britânico foi o que mais influenciou esta descida, com uma quebra homóloga de -86,9%, seguido pelo alemão, com -84,6%, pelo irlandês, com -56,1%, e pelo nacional, com -28,5%.
Já o volume de vendas registou uma descida de -72,5% face a novembro de 2019.
Também esta semana o INE revelou queoutubro acentuou as quebras do turismo a nível nacional, com descidas de -59,3% no número de hospedes e de -63% nas dormidas, face ao ano passado.
No entanto, na mesma semana, Madeira Lisboa e Algarve figuraram entre os melhores destinos turísticos do mundo nos World Travel Awards, vencendo os galardões em categorias distintas. Em comunicado, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, comentou que «mostramos ao mundo que somos um país seguro, pronto para a todos receber, quando assim for possível. Muito obrigada a todos os portugueses, que contribuíram para que Portugal continue a estar entre os melhores».
Plano específico para recuperar a região
A AHETA fez esta semana um apelo para que se faça uma «intervenção urgente e esclarecida ao mais alto nível da governação» para recuperar o turismo no Algarve, considerando que «constitui uma obrigação e um dever nacional salvar o que é viável e pode ser salvo, caso contrário estaremos a comprometer o futuro do Algarve e do País, assim como toda a atividade turística, enquanto um dos setores mais pujantes, estratégicos e prioritários da economia portuguesa».
A AHETA «apela ao Governo para que, no âmbito do Plano Específico de Emergência para Recuperar o Algarve, aprove a atribuição urgente de apoios financeiros ao setor empresarial da região, sob a forma de subvenções a fundo perdido, quer para a recapitalização de empresas viáveis, convertendo dívida em capital, quer através da injeção de fluxos financeiros para fortalecer a robustez do cash flow das empresas hoteleiras e turísticas regionais».
Defende que «importa garantir que, na fase de recuperação da economia do turismo, as nossas empresas estejam preparadas para responder, rápida e eficazmente, aos enormes desafios de um futuro complexo, difícil e, obviamente, muito competitivo», afirma a associação, que apela à preservação «a todo o custo» das competências e conhecimento adquiridos e dos recursos humanos.
«O impacto da crise pandémica na tesouraria das empresas ao longo dos últimos meses acentuou não só a diminuição das receitas empresariais, mas também os incumprimentos respeitantes a compromissos financeiros e outros», uma realidade que «coloca em causa, por um lado, a sobrevivência das empresas e, por outro, a sua capacidade para enfrentar com sucesso a recuperação que se prevê rápida, mas muito disputada e competitiva, sobretudo nos mercados internacionais, cabendo ao Governo criar as condições financeiras e fiscais destinadas a evitar o colapso das nossas empresas, preparando-as para os desafios que vão chegar. Empresas frágeis não são competitivas», conclui a AHETA.