A preocupação foi partilhada em vésperas da próxima reunião do conselho do BCE, que acontece esta 5ª feira, a 6 de junho, dia em que serão decididos novos detalhes da 3ª edição do programa de operações de refinanciamento de prazo alargado, através do qual o Eurosistema financia as instituições de crédito.
Segundo o Commerzbank, os preços têm vindo a subir de forma acelerada na maior parte dos países do Euro, incluindo na Alemanha, Bélgica ou França, com um aumento de cerca de 4,5% ao ano na Alemanha e de perto de 10% em Portugal, Holanda ou Luxemburgo. E explica que «a relação entre os preços da habitação e os rendimentos, uma medida frequentemente usada para a valorização de imóveis, aumentou mais de 10% desde o início de 2015. Isto é menos de 5% abaixo do seu nível no início de 2008, quando o mercado imobiliário em alguns países da área do euro formaram bolhas consideráveis», cita o Idealista.
Na nota analisada pelos economistas seniores Ralph Solveen e Jorg Kramer, é antecipado que as taxas de juro do BCE continuem em terreno negativo, aumentando a hipótese de uma bolha imobiliária. E, caso a política monetária atual se mantenha até ao final de 2020, os preços da habitação vão exceder os níveis registados antes de 2008.
Contudo, o impacto de uma eventual bolha na economia real depende do grau em que o crescimento das casas é ou não acompanhado por dívidas crescentes e pela construção. A Zona Euro como um todo não estará ainda nessa posição, com a dívida das famílias face ao PIB a cair de forma consistente na maior parte da União Económica e Monetária.