A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta quarta-feira a criação da nova Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Vale de Chelas, que vai permitir uma intervenção integrada num espaço de cerca de 194 hectares nesta zona da cidade.
Em reunião privada do executivo municipal, a proposta de criação da ARU do Vale de Chelas, subscrita pela vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” – PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), foi aprovada com os votos contra de Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e BE, a abstenção do Livre e os votos a favor de PSD/CDS-PP, PS e PCP.
Numa declaração enviada à agência Lusa, o presidente da autarquia, Carlos Moedas, referiu que “o Vale de Chelas será um novo pulmão verde da cidade. Estamos focados na requalificação ambiental e paisagística e dos bairros degradados, bem como na valorização do património natural, construído e imaterial”. É nesta zona que serão também construídos o novo Hospital de Todos os Santos e a terceira travessia sobre o Tejo, criando “uma nova centralidade” na cidade, cita o Observador.
De acordo com o documento desta proposta, a delimitação da ARU, com a posterior aprovação de uma Operação de Reabilitação Urbana Sistemática, “é determinante para uma intervenção integrada de reabilitação e regeneração urbana e ambiental deste território”, e permite aceder a instrumentos de incentivos fiscais e financeiros que tornam mais atrativo o contexto de investimento, público e privado, dos processos de reabilitação urbana.
O Vale de Chelas situa-se na freguesia do Beato e é um dos cinco vales identificados como de “intervenção prioritária” ao abrigo do programa “5 Vales”, segundo a autarquia, com perspetivas de investimento também na expansão da Linha de Cintura (ferrovia). Carlos Moedas refere que “depois do Vale da Almirante Reis e do Vale de Santo António, continuamos a construir uma cidade mais verde”.
Na proposta apresentada, Joana Almeida refere que este território “continua a padecer de estrangulamentos pontuais ao nível da mobilidade interna e das conexões com o tecido urbano envolvente”. No sentido de transformar este território e “promover a sua regeneração e integração no contínuo qualificado da cidade”, a CML pretende requalificar o espaço público, reabilitar casas devolutas ou degradadas do parque de habitação municipal e reforçar a oferta de habitação acessível.
As intervenções vão passar também pela conclusão das ligações entre encostas, reforçar as redes de mobilidade clássica e de transportes públicos, pela criação de uma rede de mobilidade suave e por restabelecer os equilíbrios ambientais do território, através da conclusão do “corredor verde oriental”.
Esta proposta será agora submetida à aprovação da Assembleia Municipal de Lisboa.