Uma força consolidada no turismo português, a indústria de golfe terá tido um impacto económico estimado de 760 milhões de euros entre 2014 e 2024, concluiu o novo estudo “Avaliação do Impacto da Indústria do Golfe em Portugal por via do Turismo Residencial e do Mercado Imobiliário”, realizado pela NOVA SBE a pedido do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG).
Apresentado esta terça-feira no âmbito da Golf Business Conference, realizada no Funchal, o estudo traz à luz do dia vários resultados sobre o impacto do setor do golfe na economia portuguesa, concluindo que este é um motor de desenvolvimento económico e territorial, com impactos relevantes no emprego, na receita fiscal e na valorização do imobiliário turístico.
Responsável por uma produção total de 760,5 milhões de euros, nos dez anos em análise o setor do golfe gerou um valor acrescentado bruto (VAB) de 407,9 milhões de euros, uma receita fiscal de 70,2 milhões de euros (IVA e IRS) e mais de 143,5 milhões de euros em remunerações. No que toca à criação de emprego, o golfe contribui para uma média anual de 810 postos de trabalho, diretos e indiretos, a tempo inteiro em Portugal.
A maior fatia do impacto económico do golfe foi gerada pela componente de construção, que representa 679 milhões de euros em produção e 344 milhões de euros em VAB. Já as atividades de venda e revenda imobiliária associadas ao golfe totalizaram 81 milhões de euros, refletindo a crescente procura de empreendimentos turísticos com campo de golfe ou localizados nas suas imediações.
O estudo revela ainda que o golfe representa 12% da construção total do setor do turismo residencial e resorts, 12% da mediação imobiliária de venda e 24% da mediação imobiliária de revenda.
Adicionalmente, e de acordo com o relatório, o prémio imobiliário associado à proximidade de campos de golfe é significativo — com imóveis adjacentes a campos a registarem um valor médio 19% superior em comparação com propriedades fora desses empreendimentos, segundo dados da European Tour Destinations. Os maiores prémios concentram-se em imóveis adjacentes ou com vista direta para os campos, enquanto o efeito de distância linear tende a dissipar-se.
“Estes números evidenciam o papel central do golfe no posicionamento de Portugal como destino de investimento turístico e residencial de alta qualidade”, lê-se no documento.
Para João B. Duarte, coordenador do estudo na Nova SBE, estes resultados “confirmam que o golfe é um setor estratégico para o país, com efeitos estruturais que ultrapassam o turismo e se estendem à construção e ao investimento residencial. É um ativo económico com forte capacidade de criação de valor e emprego.”
Nuno Sepúlveda, presidente do CNIG, sublinha que “estes dados vêm confirmar, com base científica, a relevância económica e social da indústria do golfe em Portugal. O setor é hoje um pilar do turismo de qualidade e um fator de competitividade internacional do país, que deve ser valorizado.”