Broadway Malyan assinala 30 anos em Portugal e reforça aposta no setor residencial

Broadway Malyan assinala 30 anos em Portugal e reforça aposta no setor residencial
Margarida Caldeira e Stuart Rough.

A Broadway Malyan assinala 30 anos de percurso em Portugal e prepara-se para uma nova etapa de crescimento. Com projetos em curso de norte a sul, que vão da habitação ao turismo, passando pelos escritórios e pelo retalho, o atelier reforça agora a aposta no setor residencial. Este deverá já representar perto de metade da sua atividade no país.

Temos um leque muito mais amplo de formatos que precisam de resposta

Margarida Caldeira, fundadora e diretora do estúdio lisboeta desde 1995, sublinha que “há uma forte carência de habitação em Portugal, transversal a todos os segmentos. A mais urgente de suprir é, sem dúvida, a habitação permanente para jovens e famílias de classe média — a chamada habitação acessível. Mas falar de habitação hoje é ir muito além disso. Temos um leque muito mais amplo de formatos que precisam de resposta, como o co-living, o flex-living, as residências para estudantes ou seniores, e as branded residences. São conceitos ainda pouco explorados no mercado nacional, mas com procura crescente”.

A Broadway Malyan antecipa, por isso, que o setor do living continue a ser um dos motores da sua atividade nos próximos anos. Atualmente, a empresa desenvolve projetos residenciais de grande escala no Porto, Vila Nova de Gaia, Lisboa e concelhos limítrofes, bem como no Algarve, abrangendo desde o segmento prime e ultra-luxury até empreendimentos destinados à classe média, em diversos formatos.

Entre os projetos residenciais em obra, destacam-se o Garridas, em Benfica; o Nama, em Carcavelos; e as Elayne Residences, no Campo Pequeno e em Cascais - estes três últimos no segmento de branded residences. O Mima, no Parque das Nações, que combina habitação, hotelaria e apartamentos turísticos, é outro exemplo da carteira atual da firma.

Tudo mudou. Existem hoje múltiplas formas de viver”, explica Margarida Caldeira, acrescentando que “os conceitos diferem entre si — podem envolver ocupações permanentes ou temporárias, localizações urbanas ou suburbanas, públicos com perfis de rendimento e mobilidade distintos. No entanto, há uma tendência comum que começa a emergir em todos eles: a valorização das amenities”.

Segundo a arquiteta, “independentemente do conceito, a componente de serviços e espaços partilhados está a ganhar peso, mesmo na habitação permanente de classe média. As casas tendem a ser mais compactas, mas com acesso a valências integradas que promovem o bem-estar dos residentes. É uma evolução natural”.

A Broadway Malyan mantém também uma forte presença no setor hoteleiro, que nos últimos dois anos representou 45% do volume de negócios. Só em 2025, inauguraram sete hotéis assinados pela Broadway Malyan, distribuídos entre o Norte, Lisboa e o Algarve.

Os escritórios e o retalho, que marcaram a primeira década da empresa em Portugal, continuam a ser áreas relevantes. Entre os projetos em curso estão o Viva Office, no Porto; o Liberdade 201, antigo edifício-sede do Novo Banco em Lisboa, e o portfólio recente de projetos concluídos abrange o POP, também no Porto; e as novas instalações do Banco de Portugal, em Lisboa. No retalho, a Broadway Malyan lidera atualmente um projeto de expansão das lojas Primark, que envolve intervir em mais de uma dezena de espaços.

A empresa antecipa ainda forte dinâmica na regeneração urbana, com destaque para projetos de uso misto, como o HoP - Heart of Porto, atualmente em obra. Entre os marcos do seu portfólio neste domínio está o World of Wine, em Vila Nova de Gaia, reconhecido internacionalmente.

“Queremos continuar a marcar a paisagem de Portugal, com projetos que fazem a diferença nas comunidades onde se inserem e têm impacto real na vida das pessoas e das cidades. Estamos preparados para continuar a crescer, num mundo cada vez mais desafiante”

Em 30 anos, passámos de duas pessoas num escritório de 12 m² para uma equipa de cerca de 70 profissionais num espaço de 625 m², na emblemática Estação do Rossio”, recorda Stuart Rough, que fundou o estúdio com Margarida Caldeira e continua a co-dirigir a empresa em Lisboa. “Desenvolvemos projetos de habitação, retalho, escritórios e turismo, com competências em arquitetura, interiores, masterplanning e paisagismo. Acompanhámos as grandes tendências do mercado imobiliário português com entusiasmo, talento e uma enorme capacidade de adaptação e inovação”, acrescenta.