«Estamos cá para ficar e para fazer grandes operações», garantiu o diretor-geral da Besix em Portugal, Nicolas Goffin, na apresentação aos jornalistas do primeiro projeto na capital portuguesa, o DUUO, cuja comercialização arrancou oficialmente esta quinta-feira. E, por grandes operações, entendam-se «projetos com uma área mínima de intervenção de 16.000 a 17.000 m²», e «sempre com o âmbito de desenvolver produto ao dispor do bolso dos portugueses», disse ainda este responsável.
Voltado para a classe média e média alta portuguesa, o DUUO é o primeiro projeto promovido pela empresa bélgica em território nacional, mais precisamente na Praça de Espanha. «Quando chegámos a Lisboa, a reabilitação urbana dominava completamente o mercado no centro e, felizmente, graças a todo o investimento que tem dinamizado veio requalificar grandemente a cidade, tornando-a mais atrativa. Contudo, o tipo de produto residencial dominante na reabilitação posicionou-se numa gama de preços muito pouco acessível para os portugueses e, desde logo, ficou claro o nosso foco seria outro», contou Nicolas Goffin.
O projeto de requalificação traçado para a Praça de Espanha, com a criação de um dos maiores parques urbanos na cidade, aliada à sua centralidade e acessibilidade, atraiu desde logo a empresa, que decidiu começar por ali o seu caminho em Lisboa. «A Praça de Espanha vai ser um novo bairro» diz, convicto, o diretor-geral da Besix Red Portugal, que com o DUUO quer criar ali «uma nova comunidade, com mais qualidade de vida para todos os seus residentes».
Estendendo-se por 34.000 m² e projetado pelo ateliê português de Nuno Leónidas, o DUUO representa um investimento global de 110 milhões de euros, partilhado entre a Besix e a Compagnie Du Bois Sauvage, o seu parceiro financeiro neste projeto; dando origem a um complexo de 280 apartamentos. O objetivo, disse ainda Nicolas Goddin, é que a construção seja assegurada por uma empresa portuguesa, estando neste momento a iniciar-se o processo de seleção e concurso do construtor. «É muito importante para nós que possamos estar associados a empresas de grande qualidade», acrescentou.
Obtida a licença de arquitetura, entregue em fevereiro, a Besix planeia arrancar com as obras em setembro. «Será desenvolvido em duas fases distintas. A primeira fase, corresponde ao primeiro edifício, com 140 unidades e localizado ao lado dos Jardins de São Lourenço, cuja comercialização é hoje lançada, e cuja obra prevemos concluir no 4º trimestre de 2023. Contamos iniciar a construção da segunda fase, correspondente ao segundo edifício e aos restantes 140 apartamentos, no verão do próximo ano, para concluir até ao 3º trimestre de 2024», avançou o diretor-geral.
Com preços a partir de 289.000 euros, para um T1 com 54 m², o DUUO está a ser comercializado pela Castelhana e pela Infante & Riu que, recorde-se, também foi a empresa responsável pela venda do lote onde se insere. Mas, quem quiser desfrutar do «conceito de vida premium» deste empreendimento, terá à escolha uma gama alargada de tipologias, incluindo seis penthouses, com vistas para Monsanto e acesso exclusivo a solário a piscina na cobertura, embora neste caso os preços se aproximem dos dois milhões de euros.
«Estamos à procura de oportunidades no Grande Porto».
Embora para já os investimentos em Portugal ainda estejam concentrados em Lisboa, onde tem também em carteira o Parque Oriente, no Parque das Nações e no qual estima investir outros 110 milhões de euros; a Bexit quer também chegar ao mercado do Norte.
«Olhamos para as cidades onde há uma dinâmica sócio-económica interessante, e em Portugal identificámos Lisboa e Porto como destinos de investimento», disse Nicolas Goddin, realçando que tanto num caso como no outro, «não nos restringimos às fronteiras do município». Para já, «ainda não fechámos nenhuma operação no Grande Porto, mas queremos fazê-lo e estamos atentamente à procura de oportunidades».
Na ocasião esteve também presente o CEO da Besix RED, Gabriel Uzgen, que explicou que «a nossa estratégia de diversificação é simultaneamente setorial e geográfica. Não gostamos de segmentar a atividade por países, preferimos falar de cidades»» e «hoje, mais do que nunca, a nossa ambição é investir em cidades caraterizadas por um forte dinamismo socioeconómico e onde existe uma certa vontade de colaboração dos poderes públicos».
Gabriel Uzgen garantiu ainda que a pandemia não veio alterar os planos da Besix para o mercado português, muito pelo contrário. «O Covid-19 foi muito mau para a sociedade em vários aspetos, mas no fim de contas acabou por ter um papel efetivo na dinamização e aceleração de tendências que eram necessárias, como a maior preocupação com a sustentabilidade e com o bem-estar das pessoas. Mas esse já é, desde sempre, o foco principal nos nossos empreendimentos, sejam eles residenciais, de escritórios ou comerciais».