O previsto decréscimo do volume de investimento no imobiliário comercial, confirmou-se em 2023, mas acabou por ser positivo graças aos segmentos do turismo e retalho. Quem o diz é a B. Prime, que divulgou esta quarta-feira o Prime Watch 2024.
Segundo Jorge Bota, Managing Partner da B. Prime, «o ano de 2023, apesar de desafiante acabou por ser positivo para o setor e com a estabilização das taxas de juro e da inflação, fator que mais condicionou o ano passado, deveremos retomar uma forte dinâmica em todos os segmentos do mercado imobiliário, principalmente a partir do segundo trimestre de 2024».
No ano transato, a hotelaria foi responsável por 43% do volume de investimento total, seguido do segmento de retalho com 31%. Em Portugal o mercado de investimento foi sustentado pela prestação do investimento estrangeiro, uma vez que foi responsável por 76% do volume total, em 2023.
O mercado português tem igualmente outro fator que tem condicionado os diferentes segmentos, aponta a B. Prime, nomeadamente a falta de oferta de qualidade às cada vez maiores exigências, que tem sustentado uma contínua pressão nas rendas, tanto nas médias, como nas prime, que têm aumentado em todas as áreas do imobiliário comercial e em praticamente todas as geografias.
No ano passado, o mercado de escritórios, apesar de uma redução de atividade, manteve-se sob forte procura, muito pela entrada de novas empresas em Portugal e pelo crescimento de muitas outras, nos últimos anos. Este é um setor que necessita fortemente de novos projetos, alguns já em desenvolvimento, mas que são insuficientes para satisfazer a procura, considera a consultora imobiliária portuguesa.
Quanto à logística, manteve a forte dinâmica dos últimos anos, com novos projetos de dimensão a chegarem ao mercado e com bastante sucesso comercial, com grande enfoque do pre-arrendamento antes da conclusão da sua construção. A pressão de aumento das rendas mantém-se e assim deverá continuar em 2024.
Já o retalho mostrou sinais de recuperação, principalmente nos centros comerciais e “retail parks”, formatos tradicionalmente com muito sucesso em Portugal. As lojas de rua, não só nas zonas mais turísticas e de maior afluência pedonal, mas também nos bairros mais consolidados também têm registado uma forte procura, o que tem elevado o valor das rendas, refere a B. Prime.