APEMIP elege novos órgãos sociais na próxima semana

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Os novos órgãos sociais da APEMIP vão ser eleitos no próximo dia 4 de dezembro. Paulo Caiado conclui 3 anos de mandato e deixa a presidência da associação. Os candidatos Gustavo Soares e Patrícia Barão deram entrevista ao podcast da Vida Imobiliária para partilhar as suas principais visões para a associação. 

APEMIP “de todos e para todos”

Gustavo Soares é um dos candidatos a liderar a Direção Nacional da APEMIP. Em entrevista para o podcast da Vida Imobiliária, avançou que as suas principais prioridades incluem uma APEMIP “de todos e para todos” e credibilizar a mediação imobiliária: “propomo-nos a relançar a nossa relação com os associados, queremos conhecê-los e visitá-los, desde logo, para que se perceba esta mudança no sentido de maior proximidade”.

“Todos os empreendedores estão a exigir mais da APEMIP e deste setor, e a nossa candidatura quer fazer as coisas de modo diferente. Temos vontade de mudar, tendo em conta que a APEMIP é fundamental neste panorama imobiliário, e não pode ser esquecida como aconteceu durante vários anos. Como empresários que somos, temos de olhar para a APEMIP e começar um projeto novo e ambicioso”, explica.

Por isso, defende que “a APEMIP tem de estar ao serviço dos seus associados, e criar uma plataforma que possa servir as diferentes realidades”, até porque diferentes consultores têm diferentes necessidades. “Na plataforma da APEMIP queremos fornecer serviços que vão dar resposta a um conjunto de necessidades diferentes. Alguns destes serviços dizem respeito a serviços ao cliente, uma linha aberta para os associados que seja mais proativa, um serviço de relação, a área da formação, tornar a formação mais válida e atual para os associados, com condições vantajosas para os associados”. Tudo isto “sem complicar o esquema associativo”.

Gustavo Soares enfatiza a importância da regulação da profissão, apontando que, apesar de a mediação imobiliária ser “um dos setores mais evoluídos”, existe uma perceção de perda de credibilidade. Recorda que as mudanças na lei entre 2004 e 2013 passaram “de muita exigência para muito pouca exigência. Foram abolidas várias circunstâncias em termos de formação, validade ou renovação de licenças. Mas o equilíbrio estará no bom senso da lei. Defendemos que deve existir formação, nomeadamente ao nível do branqueamento de capitais, cujo nível seja suficiente para que um consultor adquira conhecimentos básicos logo nos primeiros meses” e fique apto à licença de consultor.

Sobre o desafio da habitação acessível, o candidato acredita que o contributo da mediação passa por garantir empresas mais fortes. “Assim poderemos ajudar as pessoas a fazer melhores negócios e a criar melhores alternativas, porque as empresas fazem esse trabalho de proximidade com o mercado local. É muito importante dar mais oportunidades de escolha às pessoas, e é esse o contributo que podemos dar”.

“Evolução e crescimento”

Patrícia Barão é também candidata à presidência da Direção Nacional da APEMIP. A sua candidatura é, acima de tudo, "de evolução e crescimento, para dar continuidade ao trabalho feito pelo Paulo Caiado nos últimos 3 anos, que tem conseguido trazer a mediação imobiliária para a discussão com os principais elementos do Governo e das instituições que nos regulam. Evoluímos muito nessa perspetiva”. A lista de Patrícia Barão “inclui profissionais de todos os tipos de redes imobiliárias”, em representação da “grande pluralidade” do setor. A APEMIP “existe para defender quem precisa desta voz, e o nosso grande objetivo é que esta profissão possa, assim, ser representada. É uma voz de todos os mediadores, com sentido de futuro, que acredita que se pode preparar hoje o setor de amanhã. Isto faz-se ouvindo as dores de todos e de cada um”.

Caso seja eleita, a prioridade imediata de Patrícia Barão é responder às exigências do setor, nomeadamente de “forte conhecimento, ética, proximidade, de capacidade de ouvir e de representação na opinião pública”. Mas não esquece que “temos de nos modernizar, daqui a uns anos a mediação não vai ser o que é hoje, e temos de unir o setor para isso”. Aliás, alerta para um sentido de urgência, porque “o mercado está a mudar. A tecnologia e a Inteligência Artificial estão a galopar, e nós teremos de nos unir para que o setor da mediação imobiliária ganhe força. Temos de passar a mensagem de que este continua a ser um setor de pessoas, são elas que geram confiança e empatia, que não é possível de imitar”.

Patrícia Barão destaca que um dos pontos fortes da APEMIP é a proximidade e o conhecimento do setor. “Sabemos que as plataformas são uma das grandes formas de dar visibilidade aos imóveis, e isso faz parte do setor, qualquer mediador precisa de expor e comunicar os seus imóveis, e elas vão sempre existir, mas precisam de existir também plataformas que tenham os produtos da mediação em primeira mão. É a dinâmica do mercado a funcionar, vamos ter sempre novos players no mercado, este trabalho é livre, mas tem de ser regulado, para que possamos olhar para a profissão com orgulho”. Por isso, também defende a certificação e formação obrigatórias, “para valorizar as empresas da melhor forma, com credibilidade”. Até porque “noutros países europeus a formação já é obrigatória, e isso salvaguarda os fundamentos do direito imobiliário e da ética. No fundo, o que queremos é um certificado” para que seja “um orgulho trabalhar neste setor”.