A Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios alertou esta semana para a possibilidade de um agravamento da gestão corrente e financeira dos condomínios nos próximos meses, no seguimento das previsões feitas pelos proprietários de que os incumprimentos de renda podem agravar este ano.
No estudo apresentado na semana passada pela Associação Lisbonense de Proprietários, três em cada dez proprietários tem rendas em atraso, e 84% dos inquiridos acredita que os níveis de incumprimento do pagamento de renda vão aumentar este ano.
Apesar do regime jurídico da propriedade horizontal imputar a responsabilidade do pagamento das despesas do condomínio aos proprietários das frações, independentemente das obrigações que constem do contrato de arrendamento, que apenas vincula as partes, a APEGAC alerta que «muitos inquilinos pagam essas despesas diretamente à administração do condomínio. Os inquilinos que deixem de pagar as rendas, deixarão também de pagar as despesas do condomínio, podendo resultar, a curto ou médio prazo, no agravamento da gestão corrente e financeira dos condomínios».
Vítor Amaral, presidente da APEGAC, comenta em comunicado que «este é um setor de atividade que é imediatamente atingido em qualquer crise, razão pela qual a associação está preocupada, face à realidade que já vivemos e que poderá agravar-se, o que levou a recomendar aos seus associados que tomem medidas que possibilitem ultrapassar a crise sem prejudicar a qualidade do serviço, como o aumento dos seus honorários; recurso às novas tecnologias; substituição do papel pela digitalização de documentos; medidas para redução do consumo de energia; renegociação dos contratos de prestação de serviços, entre outros».