Três em cada dez proprietários têm rendas em atraso

Três em cada dez proprietários têm rendas em atraso
Os respondentes indicam que a norma-travão aos aumentos para 2023 «arrasou» a sua confiança em 2022.

A ALP divulgou as respostas da sexta edição do Barómetro ALP – “Confiança dos Proprietários”. Esta edição do Barómetro ALP “Confiança dos Proprietários” foi a mais participada de sempre desde o lançamento deste estudo por parte da sua Associação.

De acordo com as respostas concedidas, os donos dos imóveis «encaram com pessimismo este novo ano de 2023». De destacar entre as respostas que três em cada dez proprietários tem rendas em atraso.

De acordo com mais de três centenas dos auscultados pela ALP para 2023, o maior receio tem que ver com «a implementação de um sistema de controlo de rendas, abrindo a porta a uma segunda geração de congelamento de rendas em Portugal, como resposta aos problemas da habitação do país».

Os inquiridos temem ainda que o Governo «volte a intervir casuisticamente no mercado e ceda à tentação de fixar administrativamente valores máximos de renda a praticar no mercado de arrendamento, na sequência do grave precedente deste ano, após a limitação às actualizações das rendas até ao máximo de dois por cento», em comunicado.

A sexta edição do barómetro da ALP mostra que «metade dos proprietários auscultados enfrentaram atos de vandalismo nos seus imóveis na vigência de um contrato de arrendamento».

No que toca à norma-travão aos aumentos para este ano, 54% dos respondentes assinalam que esta imposição «arrasou» a sua confiança em 2022. Segue-se, com 50% das respostas, a manutenção injustificada do congelamento das rendas anteriores a 1990.

O estudo indica que 84% dos participantes estão seguros de que os níveis de incumprimento do pagamento de renda pelos inquilinos vão aumentar durante o próximo ano.

De acordo com as respostas desta sexta edição, perto de um quinto (18,5%) dos inquiridos já foi alvo de assédio por parte dos seus arrendatários: «as ameaças presenciais representam a maior fatia de respostas (40%), seguidas das ameaças telefónicas (36,5%) e ameaças escritas (33%). Uma fatia de 16,7% já foi alvo de assédio pelos inquilinos na rua ou em espaço público».

Luís Menezes Leitão, presidente da ALP, sublinha que «o VI Barómetro ALP levanta o véu de dois problemas graves do arrendamento que se estão a instalar com impunidade, tal como os estruturais níveis muito elevados de incumprimento do pagamento das rendas: falamos dos atos de vandalismo nos imóveis perpetrados por inquilinos, que são uma realidade para metade dos proprietários auscultados, e níveis preocupantes de assédio sobre senhorios».