A previsão é feita por Elidérico Viegas, Presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), que afirmou à Lusa que «durante o inverno, antes da pandemia, cerca de 50% dos hotéis e empreendimentos já encerravam», percentagem que pode passar agora para mais de 70%. Segundo o responsável, já no final de setembro «muitas unidades fecharam a atividade e encerraram».
No entanto, Elidérico Viegas alerta que se tratam apenas de expetativas, já que os empreendimentos «não estão obrigados a informar sobre o encerramento» e isso parte apenas da «decisão do empresário e da gestão» de cada unidade.
O dirigente da AHETA não arrisca datas para a retoma do setor, pois tudo dependerá da confiança e do medo: «por um lado, as pessoas têm medo de viajar, em todo o mundo, e por outro lado ainda não existe uma confiança das pessoas relativamente à questão da doença, da pandemia, que lhes permita passar a consumir férias de uma forma normal. Enquanto estes dois fatores não forem ultrapassados em termos internacionais, em termos globais, o turismo terá dificuldade em recuperar», cita o Negócios.
Por outro lado, o próprio período de recuperação do transporte aéreo poderá levar cerca de 4 anos, e continua a ser «determinante para que haja fluxos turísticos. Já sabemos que as companhias aéreas reduziram substancialmente, não pensam recuperar antes de três ou quatro anos, por isso, vamos viver aqui anos atípicos, embora as nossas previsões apontem para que, a partir da Páscoa do próximo ano e do início da nova época turística, as coisas possam começar a evoluir positivamente», prevê.
Mesmo se esse cenário se concretizar, os hotéis não regressarão imediatamente ao ponto em que estavam em 2019, «mas é possível ter já algumas perspetivas de que o turismo poderá evoluir favoravelmente, sobretudo os destinos do pequeno curso».