A AHP dirigiu esta semana ao executivo uma proposta estruturada neste sentido, numa altura em que, com base no seu mais recente inquérito aos associados, se prevê um encerramento de cerca de 70% das unidades a nível nacional, numa perda importante de receitas e dormidas.
Por isso, a associação considera «fundamental» que parte ou a totalidade das unidades de alojamento dos hotéis atualmente desocupadas, e que já servem para alojamento a estudantes ou profissionais de saúde, possam ter também outras utilizações comerciais de curta ou longa duração, à semelhança de outros países. São exemplo disso exposições, reuniões, coworking, serviços de escritório, showrooms, ensino e formação, centros de dia ou residências assistidas.
Raul Martins, Presidente da AHP, refere em comunicado que «a situação é complexa e estamos todos a lutar pela manutenção das empresas e dos postos de trabalho, pelo que a alteração temporária de uso das unidades de alojamento pode ser uma boa alternativa para muitos empreendimentos turísticos, porque hóspedes, que garantam a sustentabilidade do negócio, não sabemos quando voltaremos a ter».
O responsável lembra que «a AHP desde há muito que vem defendendo o mixed use dos estabelecimentos hoteleiros, que possam servir de alojamento temporário a turistas mas simultaneamente de habitação; espaços de escritório; hostels, etc». E explica que «há várias razões que impelem esta evolução legislativa: por um lado, as funções não são estanques e há uma procura muito dinâmica e “nómada” de soluções não rígidas; por outro a rentabilidade das empresas hoteleiras depende de aproveitarem melhor os espaços, caros, muitas vezes com pouca utilização».
E conclui que «quer o Turismo de Portugal, onde levámos esta proposta em setembro, quer a senhora secretária de Estado do Turismo mostraram a maior abertura para estas soluções».