A proposta destas medidas foi pedida pela própria CML, e vêm no seguimento das que foram enviadas pela AHP em abril desde ano, no início da pandemia. São orientadas para os eixos da promoção turística e serviços municipais, rendas, taxas e impostos municipais.
Um dos pedidos passa por tornar os transportes públicos gratuitos para todos os turistas hospedados em empreendimentos turísticos e alojamento local coletivo durante o período da sua estadia, bem como residentes e trabalhadores, até março de 2021. Os hóspedes devem também ser isentos do pagamento de entradas em todos os espaços culturais e equipamentos geridos pela CML até à mesma data.
A AHP sugere também a criação de estímulos à procura como a atribuição de um voucher/vale de desconto a ser utilizado por cada turista que pernoite em estabelecimentos hoteleiros e alojamento local coletivo (hostels e guesthouses), por um mínimo de 3 noites, no valor de 50 euros por pessoa, «para que este possa, à sua escolha, descontar em serviços turísticos optando por utilizar esse valor em mais uma noite no alojamento; em equipamentos culturais; em restaurantes, casas de Fado, adegas; numa atividade de animação turística; etc. Os vouchers serão dados aos hóspedes pelo próprio estabelecimento em que esses se alojem».
Sugere também o reforço das verbas de promoção da Associação de Turismo de Lisboa, para contribuir para colocar Lisboa no “top of mind” das escolhas de indecisos de última hora e público em geral que adiou as suas viagens, nomeadamente com uma «campanha de comunicação de relançamento do destino nos mercados de dimensão que nos podem visitar fácil e convenientemente de automóvel», potenciando «instrumentos de incentivos de apoio à captação de rotas aéreas para a cidade, em parceria com a ANA - Aeroportos, a RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal/Airline Association Portugal e o Turismo de Portugal» e incrementando «novos instrumentos de apoio à comercialização das empresas».
Numa fase mais imediata, e aproveitando a realização da Champions League em Lisboa, a AHP pede a organização «com as expectáveis limitações» de “fam trips” personalizadas e qualificadas para os jornalistas que acompanham o evento.
Raul Martins, presidente da AHP, comenta em comunicado que «as medidas que venham a ser implementadas devem ser orientadas quer para o apoio à sobrevivência das empresas, como estímulo ao turismo interno e espanhol no que resta do verão e outono, mas também como medidas de mais longo alcance, para a retoma progressiva do setor. Sem empresas não haverá seguramente retoma do turismo».
O responsável conclui ainda que «esta novas propostas são dirigidas à Câmara Municipal de Lisboa, que nos auscultou para o efeito, mas são suscetíveis de ser seguidas por outros municípios, especialmente aqueles que cobram Taxas Turísticas. Não nos podemos esquecer que as empresas hoteleiras estão entre as que pagam mais taxas e impostos às cidades, mais ainda junto das que têm taxa turística, pelo que é chegado o momento de os municípios estarem ao lado de quem os tem ajudado ao longo dos anos».