O 16º Congresso dos Arquitectos realiza-se, pela primeira vez, nos Açores. Nos próximos dias 2, 3 e 4 de março de 2023, Ponta Delgada irá receber o congresso, que este ano conta com uma agenda preenchida de várias iniciativas.
Com o mote "Qualidade e Sustentabilidade: construir o [nosso] futuro”, o Congresso dos Arquitectos pretende, nesta edição, investigar e refletir sobre novas formas de intervenção como meio de promover a consciência coletiva sobre o impacto social e ambiental da arquitetura.
«É este o contexto que serve de base ao congresso que terá lugar no próximo mês. E não é por acaso que se realiza nos Açores, traduzindo um maior esforço de regionalização da OA e de «aproximar a ação da Ordem localmente». Além disso, os Açores «são uma zona onde a transformação na linha da ecologia e da sustentabilidade é mais visível. É muito vulnerável pela sua origem [vulcânica] e ambiente», conta Gonçalo Byrne, Presidente da OA.
“O Planeta está num momento de transição dramática”
O responsável explicou que este congresso segue o «esforço de renovação e abertura da Ordem neste mandato», numa altura em que «o Planeta está num momento de transição dramática», não só a nível ambiental, mas também geopolítico, económico ou social, que «coloca desafios também à arquitetura nesta adaptação da civilização. Estão criadas as condições para este período de transformação, e temos de responder».
“Arquitetos têm de transformar esta crise numa oportunidade”
Gonçalo Byrne considera que, pela sua responsabilidade e competências, os arquitetos «têm de transformar esta crise numa oportunidade, uma transformação que tem de ser feita por todos. É fundamental e necessário compreender tudo o que determina a prática dos arquitetos no contexto atual, promovendo uma maior sensibilização para a importância do seu papel como moderadores e interventores no território».
Nesta edição, o congresso da OA irá além do universo dos arquitetos, contando com novos oradores e convidados de outras áreas, explica Carla Lima Vieira, membro da direção da OA.
As principais sessões do congresso centram-se em questões como a reflexão sobre o impacto social da arquitetura, repensar o uso dos recursos, circularidade e reabilitação, a resiliência do Planeta, habitação mais inclusiva, sustentabilidade pelo desenho ou outros temas mais institucionais e de compromisso com a sustentabilidade.
Vão estar presentes no evento: o Ministério dos Transportes e Mobilidade espanhol, no âmbito da recente aprovação da lei de qualidade da arquitetura; o Presidente da União Internacional dos Arquitectos, da Ministra da Coesão Territorial portuguesa; o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e entre outros.
As conclusões do congresso serão levadas a Copenhaga ao Congresso da União Mundial dos Arquitectos, que reúne representantes de mais de 180 países e 17.000 visitantes.