O desafio, de acordo com o Primeiro Ministro, passa por conjugar a residência nos centros das cidades, o seu rejuvenescimento e o turismo. Acredita que Portugal deve começar a preparar-se desde já para o próximo ciclo de fundos comunitários, a seguir ao Portugal 2020 e que se deve «procurar consensualizar» no parlamento a visão para esse quadro de apoio.
«A par da educação e da saúde, a habitação é hoje uma questão crucial», afirmou no seu discurso, citado pelo Negócios. «Essa tem de ser uma nova prioridade que tem de mobilizar as autarquias, que tem de mobilizar os sectores sociais, que tem de mobilizar também o Estado», que «não pode ter esgotado a sua política de habitação nos anos 90 na erradicação das barracas» e «tem de perceber que, tal como acontece em toda a Europa desenvolvida, o acesso à habitação exige políticas públicas».
António Costa considera que a política de habitação foi desvalorizada nos últimos anos, e agora é «absolutamente chave para as novas gerações. O país, durante décadas, resolveu artificialmente o problema da habitação, primeiro com o congelamento das rendas, e depois com o crédito fácil. Ora, nós não podemos resolver o problema da habitação nem por via do endividamento das famílias que são obrigadas a comprar casa recorrendo ao crédito, nem por vida do congelamento das rendas».
O Primeiro Ministro considera que as políticas públicas são a solução para o problema, para encontrar um equilíbrio que não exclua residentes nem turistas dos centros urbanos: «a alternativa não é acabar com os turistas para que vivam os locais. Não, é criar condições, a par do turismo, para termos habitação acessível, para que os centros das cidades sejam efetivamente vivos e possam ser rejuvenescidos pelas novas gerações».