O vereador do pelouro da Economia, Turismo e Comércio da Câmara Municipal do Porto e Presidente da InvestPorto, foi o orador convidado da XXIV Executive Breakfast Session da APPII, organizada no passado dia 17 no hotel Tivoli, sob o mote “Porto, a magnet to invest”.
Na ocasião, o responsável destacou que «Portugal está muito bem posicionado do ponto de vista da qualificação de recursos humanos», sendo que «o nosso maior soft skill é o domínio de várias línguas estrangeiras». Cerca de 30% da população tem formação superior no Porto, onde são graduadas 36.000 pessoas a cada ano. Além disso, as digital skills «são das melhores».
Estes são alguns dos principais fatores que continuam a colocar Portugal e o Porto no mapa do investimento internacional, captando a atenção de cada vez mais empresas que ponderam instalar-se no Norte do país, de que já são exemplo a Natixis, o BNP Paribas, a Sodexo, Euronext, a Adiddas ou a Applied Blockchain. A InvestPorto «vende o Porto como o centro de uma macro região com muito peso na economia e nas exportações, numa localização estratégica no mundo».
E prova disso é que a entidade já apoiou perto de 270 projetos de investimento nos últimos anos, «na sua maioria internacionais», mais que duplicando o número de projetos nos últimos dois anos. «59% do investimento é internacional, maioritariamente francês, do Reino Unido, alemão ou americano», avança Ricardo Valente.
Durante os últimos anos, as empresas escolhiam o Porto para instalar os seus centros tecnológicos, até porque o Porto é das cidades mais bem colocadas a nível de talento nas áreas da tecnologia, matemática ou ciências e engenharia. No entanto, «agora vamos tendo cada vez mais centros corporate na cidade», o que mostra que as empresas estão para ficar e querem densificar a sua presença. É o caso da John Hopper, que vai criar um centro de biotecnologia em parceria com a Universidade Católica do Porto, num investimento de 12 milhões de euros, notou Ricardo Valente.
Para potenciar isto, a InvestPorto já está munida de «um mapa de talento do Porto que podemos apresentar às empresas que procuram recursos humanos específicos, isto é muito relevante no processo de tomada de decisão». Além disso, Portugal «é o 2º país mais barato a nível do custo do trabalho», e «o value for Money está do lado de Portugal e do lado do Porto».
Outras questões como a capacidade do aeroporto do Porto, a qualidade de vida da cidade ou o facto de Portugal ser o 4º país mais seguro do mundo continuam a fazer do destino um dos mais competitivos.
Escritórios são dos mais baratos da Europa
Por outro lado, o Porto é das cidades mais baratas da Europa a nível do custo ocupacional, ainda abaixo de Bucareste, por exemplo, que é um dos principais concorrentes da Invicta a nível de investimento empresarial.
Segundo Ricardo Valente, «apesar de a tendência atual ser de subida das rendas, as empresas não se estão a ir embora. A sua perceção da localização muda do ponto de vista do valor», acreditando, por isso, que há potencial de crescimento neste segmento.
Investimentos públicos de 100 milhões vão continuar a dinamizar a cidade
A Câmara Municipal do Porto arranca o ano com a maior carteira de investimentos de 18 anos, num total de 100 milhões de euros.
27 milhões serão investidos na renovação do Mercado do Bolhão, a concluir em 2020. Outros 8 milhões serão aplicados na finalização do Pavilhão Rosa Mota, que fica pronto em junho, com capacidade para congressos acima de 6.000 pessoas, e com ligação direta por elevador à Alfândega do Porto.
O antigo matadouro do Porto vai receber um investimento de 40 milhões de euros, e o terminal intermodal de Campanhã 14 milhões de euros para a sua modernização. A Câmara tem ainda em carteira a construção de uma nova ponte de ligação a Gaia, ou a criação do Porto Innovation District, na Asprela. Tudo obras que fazem cidade e que podem manter e aumentar a sua atratividade.