Apesar dos desafios impostos pela pandemia, a Smart Studios arranca o ano de 2021 otimista e com novos projetos em carteira. Depois de Lisboa e Coimbra, prepara-se para se estrear no Porto. Em breve, a empresa vai investir na criação de um novo projeto de co-living na Asprela, no Porto, num total de 243 apartamentos «em plena Estrada da Circunvalação, frente ao Hospital de São João e ao Metro. Estamos contentes por ir para o Porto com a Smart Studios», refere o responsável da empresa, Ricardo Kendall. Em entrevista à VI, explica que «este projeto já foi aprovado pela Câmara Municipal do Porto», que a Smart Studios vai desenvolver em parceria com a Engexpor, contratada para a fiscalização. «Acabamos de lançar o concurso para a construção, e contamos começar a obra em breve». A empresa tem também novos projetos na calha na capital, que esperam a aprovação da Câmara Municipal de Lisboa, e que somam cerca de 1.000 apartamentos. «Esperamos ainda este ano ter mais aprovações». Estão em causa uma residência com 630 unidades na Alta de Lisboa, em processo de licenciamento há dois anos; 270 apartamentos no Areeiro, e ainda um novo projeto junto ao Polo 2 da Universidade de Lisboa, com 290 unidades: «estamos a desenvolver o projeto e depois iremos submeter à aprovação da CML». No Estoril, a Smart Studios venceu o concurso da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril para a criação de 80 novos Studios. Entre os projetos mais recentemente inaugurados, estão um projeto de co-living em Santa Apolónia, em Lisboa, e outro em Carcavelos, que abriram portas em 2020. Projeto de Santa Apolónia quase totalmente ocupado No ano passado, a Smart Studios inaugurou o seu primeiro projeto de coliving feito de raiz, na zona de Santa Apolónia, em Lisboa, com 114 unidades de alojamento, resultado de um investimento de 5 milhões de euros. Apesar da pandemia, em apenas quatro meses e meio de operação, já só tem dois apartamentos livres. Ricardo Kendall afirma que a procura foi grande «desde o primeiro dia. A localização é excelente, frente ao rio, e o edifício foi bem pensado, com muita luz, muitos espaços comuns, desde um espetacular “rooftop”, ginásio, piscina, salas comuns, coworking, cozinhas partilhadas, lavandaria, ou parque de estacionamento, entre outros». A pandemia não alterou o projeto, mas a Smart Studios aposta agora numa «maior carga de limpeza. Temos todas as zonas comuns protegidas seguindo as regras da DGS, ou aulas de ginástica e yoga virtuais», exemplifica. Entre os principais clientes desta unidade estão os chamados “young professionals”, que «procuram uma casa em Lisboa com preços acessíveis, mas com condições acima da média. Um Studio por cerca de 600 euros com piscina, ginásio e estacionamento é uma solução ótima», diz Ricardo Kendall. “Tivemos de nos reinventar” A pandemia trouxe desafios ao mercado do coliving, e a Smart Studios não foi exceção, tendo atualmente 10 projetos em operação, 9 em Lisboa e 1 em Coimbra. Desde 2015, já investiu cerca de 130 milhões de euros.Ricardo Kendall explica que «tínhamos contratos para 627 apartamentos antes de abrirem, e “caíram” mais de 300 contratos. Tivemos de nos reinventar, e com muito trabalho da nossa “dream team” conseguimos ocupar praticamente 500, e continuar a receber dezenas de reservas semanalmente. Passar de 200 para 500 apartamentos arrendados em ano de pandemia mostra a resiliência deste negócio». Mas a pandemia não terá mudado os fundamentais deste mercado, nem alterado o interesse dos investidores: «acho que nada muda. Quem investe em imobiliário sabe que são investimentos pensados e feitos a longo prazo, e a pandemia não vai durar para sempre». Ricardo Kendall destaca como um dos principais desafios à sua atividade a demora nos processos de licenciamento, nomeadamente em Lisboa: «é importante que a CML seja mais célere na aprovação de projetos. Existe uma grande falta de oferta de habitação em Lisboa, e as tipologias com menor oferta são exatamente Studios e T1».