No segundo trimestre do ano, o investimento em imobiliário de rendimento correspondeu a 325 milhões de euros, perfazendo um total de 700 milhões de euros no agregado até junho.
Nos dados divulgados pela CBRE, assinala-se uma evolução positiva nos setores logístico e de hotelaria, com um investimento de 230 e 180 milhões de euros respetivamente, no primeiro semestre, sendo que o investimento em escritórios, no mesmo período, correspondeu a 190 milhões de euros.
«Há três meses, as expectativas apontavam para um trimestre com um volume de transações superior ao que se realizou. No entanto, a complexidade de alguns dos negócios em curso, fez com que o fecho dos mesmos derrapasse para o terceiro trimestre. Só no mês de julho, a CBRE prevê concluir a venda de três portfólios (de escritórios, logística e residências de estudantes), os quais no seu conjunto representam 500 milhões de euros», declara Cristina Arouca, Diretora de Research e Data Intelligence da CBRE Portugal.
Para Nuno Nunes, Head of Capital Markets da CBRE Portugal, «o contexto de incerteza que vivemos poderá também refletir-se numa maior perceção de risco por parte dos compradores e num desfasamento de expectativas de preço entre compradores e vendedores. Na realidade, apesar de não prevermos uma subida, no curto prazo, das taxas de rentabilidade (yields), já alterámos a nossa perceção face ao início do ano, quando esperávamos uma compressão de yield em diversos setores».
A ocupação em escritórios, apenas no primeiro semestre, já excedeu o indicador de 162 mil metros quadrados correspondente à área colocada nos 12 meses de 2021. A escassez de espaços para arrendamento no setor logístico, compele a uma subida de rendas em todo o País.
A CBRE aponta para a «acelerada retoma do turismo, em particular de lazer, está também a contribuir para uma recuperação mais rápida do que a esperada no setor de alojamento turístico». As dormidas em alojamentos turísticos no Porto e o RevPAR no Algarve, são alguns dos indicadores superiores aos observados em 2019.
A empresa de investimento e serviços imobiliários comerciais prenuncia ainda um volume total de transações superior a 3 mil milhões de euros em 2022, como já havia previsto no início do ano, «o que reposiciona o mercado de investimento em imobiliário de rendimento no patamar em que se encontrava antes da pandemia».