No dia 23 de maio, o Hotel Pestana Palace, em Lisboa, será palco da conferência Portuguese Real Estate Investment Vehicles & Financing. A iniciativa pretende esclarecer como funcionam os diferentes tipos de veículos disponíveis e ajudar os investidores presentes a fazer escolhas mais rentáveis. Para Manuel Puerta da Costa, Presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF) e Chairman da conferência, esta será uma oportunidade de aproximação às várias estratégias que coexistem atualmente no país.
“Esta será uma oportunidade ímpar para melhor entender e conectar-se com as estratégias e modelos que abundam em Portugal”
“A maturidade dos mercados mede-se através de diferentes características: volumes, variedade da tipologia de imóveis vendidos/comprados, veículos usados para as transacções, diversificação internacional da base de investidores, graus de alavancagem usados, etc.”, refere, acrescentando que, dada “a grande representatividade presente nesta conferência das diferentes características enunciadas, esta será uma oportunidade ímpar para melhor entender e conectar-se com as estratégias e modelos que abundam em Portugal”.
A procura por veículos de investimento imobiliário tem aumentado, mesmo num cenário global de incerteza. Para Manuel Puerta da Costa, trata-se de uma tendência natural. “A procura por diferentes tipos de veículos de investimento tem, seja em Portugal, seja em qualquer parte do mundo, um objetivo de optimização do processo de gestão e investimento imobiliário, conferindo-lhe maior solidez e eficiência, na maioria dos casos”. Embora a conjuntura económica internacional imponha novos desafios, sublinha que “apenas os coloca a uma luz diferente que privilegie maior segurança ou menor risco”. Nesse contexto, considera ainda que “Portugal, do ponto de vista económico, se perfila entre os países europeus com uma situação mais benigna”, o que justifica a crescente atratividade do mercado nacional.
Impacto dos fatores macroeconómicos nas decisões de investimento
Um dos momentos centrais do evento será o primeiro painel, dedicado à influência dos fatores macroeconómicos nas decisões de investimento. “Essa será a principal conclusão que esperamos se tire da reflexão conjunta do primeiro painel que iremos realizar e da apresentação que o ‘forecaster’ António Alvarenga da Nova nos irá aportar”, antecipa. “Sendo certo que os fatores relacionados com o comportamento da nova administração americana estarão na ordem do dia, assim como os resultados emergentes das eleições que se celebrarão na semana anterior à da conferência”.
Que espaço existe para o crescimento de alternativas ao crédito bancário tradicional no imobiliário português?
“Teremos um painel, o terceiro, que penso que nos irá brindar com um conjunto de ideias e comentários que muito ajudarão a responder a esta questão. Infelizmente, o mercado de capitais, como financiador da economia portuguesa — seja no imobiliário, no turismo ou em qualquer outro setor — é praticamente inexistente”. Para Manuel Puerta da Costa, “as razões para este comportamento atávico por parte dos operadores portugueses são sobejamente conhecidas e estudadas; destaco os benefícios que todos — Estado, reguladores, sistema financeiro tradicional, aforradores institucionais e individuais e tantos outros — teriam caso a situação portuguesa fosse mais próxima do que acontece em mercados mais desenvolvidos, como é o caso do nosso vizinho espanhol. O espaço para crescimento será gigantesco caso as vontades dos diferentes agentes se alinhem nesta direção”, infere.
Inovação nos modelos de investimento é um dos temas centrais da conferência
“A principal inovação que penso que poderá ser adotada a nível do mercado português seria um investimento mais baseado em práticas sustentáveis. Os princípios de ‘finanças sustentáveis’ permitirão atingir todo um conjunto alargado de investidores mais ‘verdes’ que procuram ter as suas propriedades alinhadas com os formatos ESG, como forma de garantir um valor de mercado que não sofra com desalinhamentos de objectivos e legislativos que a UE está a perseguir na sua Agenda Verde”, afirma Manuel Puerta da Costa.
A regulação será também tema em foco, nomeadamente no painel dedicado à inovação nos veículos de investimento. Questionado sobre se Portugal está a acompanhar as melhores práticas europeias, reconhece que há caminho a percorrer: “A Dra. Carla da Mãe da CMVM, painelista da Conferência, terá certamente uma opinião fundamentada sobre o assunto e terá oportunidade de nos mostrar na conferência como o nosso regulador se tem vindo a modernizar nestas matérias. Sou da opinião que haverá sempre, em todas as matérias, sejam regulatórias, de investimento ou de financiamento, caminhos a trilhar para melhorar o estado das coisas em Portugal”.
No advento da IA, o contributo que os analistas financeiros independentes dão para o desenvolvimento e sofisticação do mercado de investimento em Portugal “é crucial, se queremos fugir de análises muito quantitativas e sem valor acrescentado ou validação de dados gerados de forma artificial e automática”, defende Manuel Puerta da Costa. E acrescenta: “Obviamente não é por ser independente que um analista financeiro é melhor, ou pior, do que os analistas que trabalham para brokers ou bancos de investimento. Por vezes, até é mesmo o próprio prestígio dos bancos que permite que a capacidade analítica seja exponenciada pelos analistas. Caso existisse mais mercado de capitais a financiar as empresas, haveria mais informação a fluir e a garantir que o crescimento do mercado português se encontrava numa base positiva e sustentada”.
Em jeito de balanço, Manuel Puerta da Costa considera que este encontro poderá ter impacto direto no futuro do setor. “A 2.ª edição do ‘Portuguese Real Estate Investment Vehicles & Financing permitirá a todos os participantes encontrar uma grande diversidade de opiniões e informações atualizadas sobre as matérias que a todos deve importar quando estão presentes no mercado português de imobiliário: macroeconomia, veículos e financiamento”, enfatiza.
Para além disto, “a própria diversidade dos agentes presentes, quer nos seus objetivos, portfólios ou geografias, faz com que todos ganhem mais consistência para uma tomada de decisões geradora de retornos futuros mais elevados ou tomada de menores riscos, ou encontrem o cliente ou parceiro ideal para os seus negócios. Este é o binómio que em última instância todos os presentes ligados ao imbiliário pretendem”, infere.
Organizada pela Iberian Property, a conferência conta com o patrocínio da Cushman & Wakefield, Deloitte, Morais Leitão, Norfin, Refundos Explorer e Square Asset Management. A APAF, a APFIPP e a APPII são os parceiros institucionais da conferência.
O registo já pode ser feito no site da conferência, onde pode também consultar o programa completo!