Decorre esta terça-feira o segundo dia do Portugal Real Estate Summit, no Hotel Palácio Estoril. Participam cerca de 400 investidores de 20 nacionalidades, que confirmam que Portugal está no mapa do investimento.
O contexto económico e geopolítico, o turismo, os grandes projetos em desenvolvimento nas principais cidades do país ou as principais oportunidades de investimento atuais são alguns dos temas a dinamizar dois dias intensos de conferências, acolhidos pelo 9º ano consecutivo pelo Hotel Palácio Estoril.
O antigo ministro Adjunto e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, foi o keynote speaker da abertura do Portugal Real Estate Summit. Na sua intervenção, sobre o contexto geopolítico e económico atual, não hesitou que “qualquer que seja a conjuntura, o imobiliário é decisivo para Portugal”.
As tensões são conhecidas, e identificou uma “tentativa de substituição de um sistema [geopolítico] de alianças por um sistema de poderes”. Considera que “é importante o investimento de 2% na defesa. A Europa tem acreditado que tem de haver paz sem necessidade de investimento na defesa, eu não acredito nisso”. Mas há desafios: “rearmar a Europa é um grande investimento, e é necessário um grande crescimento económico para fazer isso sem reduzir o investimento no Estado Social”. Algo que não está a acontecer ainda em vários países europeus, como na Alemanha, França ou Itália, que têm problemas de dívida significativos.
Acredita que, no contexto atual, “é bom investir em Portugal e no imobiliário português” que tem, no entanto, um problema de oferta, “porque construímos muito menos nos últimos 20 anos. Precisamos do vosso setor, de ser atrativos e de atrair capital estrangeiro. Porque não há crescimento sem o mercado imobiliário. Quando o imobiliário cresce, a economia cresce”.
Turismo e imobiliário: um “casamento de ouro” para manter
Turismo e imobiliário mantêm uma espécie de “casamento de ouro” em Portugal. Apesar de um contexto global mais turbulento, este setor tem prosperado nos últimos anos, e assim deverá continuar a médio prazo. No Portugal Real Estate Summit, os especialistas notaram que Portugal já é o terceiro país europeu preferido pelos investidores na Europa. Também é a segunda classe de ativos que mais investimento atrai no nosso país, fruto da sua boa performance. Garantem que os fundamentais e o interesse no mercado são sólidos, em várias regiões e tipos de produto, nomeadamente Branded Residences.
Mas é necessário lidar com as dificuldades. O excesso de turismo e a pressão urbana são questões incontornáveis, em alguns destinos mais premente que noutros. Regulação e gestão será o mais importante para garantir o equilíbrio. Seja como for, os investidores encontram potencial no reposicionamento de ativos, no segmento de luxo e na melhoria da qualidade do turismo.