Optylon Krea prepara investimento de €300M em Portugal e arranca novos projetos

A Optylon Krea anunciou recentemente que vai investir mais 300 milhões de euros em Portugal nos próximos anos. Quanto já investiu até agora, e em quanto tempo vai aplicar este montante adicional? William Tonnard: Desde 2016 até à data, Optylon Krea geriu mais de 500 milhões de euros de projetos imobiliários em Portugal. No total, temos um historial de 20 projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento, a que correspondem mais de 100.000 m2 de área de construção. Nos próximos dois anos, serão investidos mais de 300 milhões de euros no mercado imobiliário português. O objetivo é continuar a aumentar o investimento de forma gradual e sustentada ao longo dos próximos anos, mantendo o enfoque no core business da empresa, no setor do turismo e na área do retalho.De notar que o investimento total da Optylon Krea na Europa distribui-se por cerca de 38 projetos, totalizando transações avaliadas em cerca de 1,7 mil milhões de euros, correspondendo a cerca de 1.000.000 m2 de construção. Que tipo de ativos/oportunidades procuram? E em que localizações? Podem explicar um pouco mais sobre estas opções? Ricardo Melo Gonçalves: A maior parte da atividade de investimento imobiliário nestes últimos 6 anos tem estado concentrada nos dois maiores centros urbanos, Lisboa e Porto. O tipo de investimento tem sido principalmente na reabilitação de edifícios residenciais em zonas urbanas premium. A empresa está a analisar diferentes tipos de ativos. Por um lado, estamos a procurar adquirir imóveis no segmento turístico para reabilitação de Norte a Sul de Portugal. Por outro lado, estamos a procurar ativamente adquirir lojas em zonas high street premium, principalmente em Lisboa e no Porto. Estamos a procurar desenvolver o desenvolvimento de residências de marca em Portugal mas também na costa mediterrânea nos próximos anos. Já têm negócios “na calha” neste sentido sobre os quais possam dar mais informação? Ricardo Melo Gonçalves: Existe uma série de novos projetos em preparação que correspondem aos critérios de investimento da empresa explicados anteriormente. Este ano esperamos iniciar a construção do nosso empreendimento na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, muito próximo da Avenida da Liberdade. Este empreendimento consiste na reabilitação de um edifício dos finais do século XIX para ser transformado num edifício de Branded Residence, com projeto de arquitetura concebido pelo prestigioso arquiteto Frederico Valsassina. Iremos também dar início durante este ano à construção do nosso edifício comercial Flagship, localizado mesmo ao lado do Elevador de Santa Justa, que será arrendado por uma marca internacional. Este projeto situado na Rua do Ouro numa das melhores ruas comerciais de Lisboa, é da autoria do conceituado arquiteto Samuel Torres de Carvalho.Entre os projetos que a Optylon Krea tem atualmente em carteira em Portugal, quais destacaria? Pode dar mais alguns pormenores sobre os mesmos? (montante de investimento, dimensão, público-alvo, etc) Ricardo Melo Gonçalves: O Terminal K é de facto um projeto de que nos orgulhamos muito na Optylon Krea. É uma unidade turística que é o sexto edifício das residências da marca Prima Collection, e será de facto um empreendimento de destaque no ano de 2022. Este edifício tem uma localização privilegiada na cidade de Lisboa, com fantásticas vistas sobre o rio Tejo e situado ao lado do Terminal de Cruzeiros. O projeto em si foi desenvolvido pelo famoso arquiteto Miguel Saraiva e pela empresa de design de interiores AVROKO, e irá converter um grupo de três edifícios atualmente abandonados e em ruínas, num moderno empreendimento de 74 unidades de Branded Residence, jardim interior, piscina com vista para o rio e um novo conceito de restaurante e lifestyle facilities. Este projeto terá um grande impacto na reabilitação da cidade e tornar-se-á um destino turístico para os visitantes. Este hotel contribuirá para a reabilitação de todo o património construído na frente do rio e terá um grande impacto positivo para todos os lisboetas. Queremos que este edifício interaja com a própria cidade, criando um espaço de lazer e convívio aberto a todos os que aí queiram ir para desfrutar de instalações de alta qualidade em termos de construção e design.Quão importante é o mercado português para a Optylon Krea, e porquê? William Tonnard: Acreditamos fortemente no desenvolvimento do mercado português. Na nossa opinião, é uma referência no setor imobiliário internacional, mas não só. O clima, a cultura, a segurança, a estabilidade política e o desenvolvimento do teletrabalho são fatores que encorajam os investidores internacionais a investir em todos os setores em Portugal. O mercado imobiliário português mostrou uma forte resiliência durante a crise pandémica e a forma como o país implementou as medidas e o plano de vacinação forneceram indicadores muito positivos que apelam àqueles que querem investir em Portugal. Deve também ser mencionado que a empresa irmã da Optylon Krea, designada por Lovely Stay, é uma empresa líder de gestão de arrendamento a curto prazo em Portugal, gerindo mais de 500 propriedades em Portugal e tendo tido um desempenho muito bom em 2021, apesar de um ambiente desafiante. Finalmente, a Optylon Krea planeia expandir-se noutros mercados interessantes ao longo da costa mediterrânea, tais como Espanha, Grécia e Turquia nos próximos meses De que forma é que as novas contratações em Portugal vão ajudar neste objetivo?William Tonnard: Como parte da nossa decisão estratégica de aumentar o investimento em Portugal, contratámos, e iremos continuamos a contratar, profissionais com elevado talento, vasto conhecimento e experiência no mercado imobiliário, o que nos ajudará a alcançar os nossos ambiciosos objetivos. A equipa está a crescer e em consonância com isto estamos a mudar a nossa sede para uma nova localização no centro de Lisboa, que proporcionará condições de trabalho ótimas para toda a equipa. Em suma, o investimento em profissionais experientes e altamente qualificados, num ambiente de trabalho de referência, irá contribuir para criar valor para o grupo Optylon Krea.Quais as vossas expetativas em relação ao mercado imobiliário para 2022, em Portugal em particular, e também a nível global? Que desafios/oportunidades identificam, e quais as perspetivas/objetivos que têm para a atividade da empresa? Ricardo Melo Gonçalves: Temos grandes expectativas para 2022. Os últimos anos da pandemia deram-nos indicadores seguros sobre a resiliência e solidez do mercado imobiliário português. O crescimento previsto da economia em Portugal e em toda a Zona Euro é uma boa notícia para o investimento imobiliário que a Optylon Krea está a fazer em Portugal. Os objetivos estabelecidos pela administração são muito ambiciosos e toda a equipa foi reforçada com pessoal técnico altamente qualificado para implementar a estratégia de investimento e crescimento da atividade imobiliária em Portugal. Para além dos investimentos em Portugal, a empresa está a preparar novos investimentos noutros pontos turísticos da costa mediterrânea. A Optylon Krea é uma empresa pan-mediterrânica que continuará a expandir a sua área de negócios, sempre em parceria com as autoridades locais e com os vários interessados, a fim de criar melhores edifícios e melhores condições de vida em todos os locais onde estamos presentes.Quais os principais desafios para a atividade imobiliária que pode destacar atualmente?Ricardo Melo Gonçalves: O tema da construção sustentável é algo que Optylon Krea visa no desenvolvimento dos seus projetos. A utilização de materiais mais ecológicos e a integração de elementos pré-existentes, no caso de desenvolvimentos de reabilitação, são preocupações constantes que queremos implementar em todos os projetos. A redução da pegada ambiental tem de ser uma preocupação para todo o setor desde o primeiro draft do projeto. Há muito espaço para crescimento e desenvolvimento nesta área, que consideramos ser muito importante. Não pode ser uma tendência, mas algo que tem de ser considerado no dia a dia das empresas, bem como de toda a sociedade. Obviamente, para chegar à fase de construção, temos de passar pelos procedimentos burocráticos de todas as instituições estatais envolvidas no licenciamento, o que tem sido muito difícil porque o tempo desde a aquisição de um imóvel até à emissão da licença de construção pode exceder 4 anos. Esta é uma questão que tem estado sobre a mesa das autoridades competentes há demasiado tempo e esperamos que melhore em breve. Todas as Câmaras Municipais deveriam ter um prazo definido para apreciação e aprovação dos projetos de licenciamento, e deveriam interpretar e aplicar os regulamentos da mesma forma. Este é um fator que causa grande instabilidade e insegurança para o investimento imobiliário e coloca obstáculos ao desenvolvimento empresarial.

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