Novo hub de 167 milhões da Casais concilia trabalho e habitação

O MITH- Minho Innovation and Technology Hub, desenvolvido pela Casais, é um polo de inovação que combina tecnologia avançada, sustentabilidade e qualidade de vida. «Esta ideia surgiu da consciência de que, em Portugal, existem muitas pequenas e médias empresas que nem sempre têm condições de ter a sua unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D), bem como a noção de que é cada vez mais necessário que as empresas estejam próximas das universidades. Trata-se de um projeto que pretende promover sinergias, pela proximidade à Universidade do Minho, mas também ao Porto, Braga e Vila Nova de Famalicão, polos de serviços e indústria na zona Norte, mas também da Galiza (Espanha)», disse afirma António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, em entrevista à Vida Imobiliária. “Um espaço de aproximação entre universidade, empresas, investigadores” Neste hub tecnológico «estão reunidas todas as condições para criar e desenvolver projetos inovadores, sustentados em tecnologia e com uma visão sustentável. Pretendemos também oferecer espaços residenciais confortáveis, apresentando esta dualidade entre trabalhar e viver. Este hub está pensado para ser um ponto de harmonia entre o trabalho e o lazer, enquadrados num estilo de vida saudável e sustentável. Por esse motivo, incluirá também ciclovias, áreas verdes e outros espaços pensados de forma alinhada com este conceito». O edifício é desenvolvido com recurso ao modelo de construção híbrida. O Grupo Casais «é pioneiro e uma referência na construção sustentável em Portugal, implementada de forma inovadora, com benefícios a vários níveis, nomeadamente o facto de ser um processo mais célere do que a construção exclusiva em betão. Para além disto, apresenta vantagens ambientais, ao reduzir consideravelmente o desperdício e permitir a redução da pegada de carbono em 60%, recorrendo ao uso de madeira de engenharia e apenas 1/3 do betão de um edifício tradicional», enfatiza António Carlos Rodrigues. “Acreditamos que as soluções e estratégias que pensam a vertente de sustentabilidade podem tornar-se mais eficazes e ágeis através da tecnologia, inovação e desenvolvimento de novas ideias” Pelo facto de ser um processo mais rápido, «existe uma redução em termos de poluição sonora e também menor risco de acidentes. Também comparativamente com os modelos tradicionais verifica-se um aumento da produtividade, característica que se torna muito relevante no contexto atual». Para além de mais célere, este sistema de construção «apresenta a capacidade de redução de resíduos até 70% e proporciona um aumento na circularidade dos resíduos em fim de vida entre 40 a 50%», completa o responsável pelo grupo, acrescentando que «é importante criar ambientes propícios ao desenvolvimento da tecnologia que podem impulsionar este fim. Todas as empresas presentes no MITH terão de ter o requisito de estarem ligadas à tecnologia. Este é um ponto muito importante para este projeto, pois é o foco que pretendemos para a inovação e para o desenvolvimento de novas ideias». Casais investiu 17 milhões de euros na 1ª fase do MITH Na primeira fase deste projeto construído pelo Grupo Casais, foi investido um montante de 17 milhões de euros, que inclui o Hotel B&B, os apartamentos studio corporativos e o espaço da SITIO, que representa o início da visão do MITH. A segunda fase do projeto será mais expansiva e, para a sua concretização, está previsto um investimento adicional de 150 milhões de euros ao longo dos próximos 10 anos. Nesta primeira fase do projeto, «existe a vantagem de podermos utilizar este espaço de forma mais flexível: estamos ainda a tempo de criar soluções à medida de cada empresa, porque há condições para ajustar o projeto. A segunda fase irá trazer uma maior expansão, naturalmente. Estão reunidas as condições para que este local seja atrativo em termos de investimento e inovação também nestas áreas de engenharia, arquitetura», enfatiza o responsável. Atualmente, o MITH, «pela sua proximidade e potencial para a criação de sinergias, em termos de área de ocupação, terá como beneficiários os alunos de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Ambiental e Sustentabilidade, Design, entre outros. Esta ocupação contribui largamente para o desenvolvimento de negócios, a criação de ligações, aprendizagem e partilha de conhecimento». Segundo avança António Carlos Rodrigues, «irão também ocupar o espaço algumas empresas do Grupo Casais, como a TopBIM, a BluINT, a BluFab, BluMEP, com o intuito de motivar a presença de especialistas do setor, especialistas de BIM, assim como alunos, recém-licenciados e empresas que pretendam desenvolver atividades com focos na tecnologia, sustentabilidade e digitalização». Equilíbrio entre trabalho e habitação «Este projeto foi criado com o objetivo de oferecer um ambiente onde o bem-estar e o desenvolvimento são centrais, criando um equilíbrio entre trabalho e habitação. Por isso, surge a combinação entre estas duas componentes. Em termos da vertente empresarial, é fundamental a possibilidade de criação de sinergias e da integração de um ambiente que incentiva a inovação, o desenvolvimento e a colaboração». Quanto à área de apartamentos, «é importante realçar que está pensada para ser um apoio e complemento à área empresarial e proporcionar, desta forma, conforto, criando um equilíbrio entre as duas vertentes. A segunda fase deste projeto comportará uma oferta residencial de mais studios, à semelhança desta primeira fase, mas também tipologias maiores, para incluir famílias». MITH quer promover a centralidade da cidade de Guimarães O MITH é um projeto que prevê que sejam estabelecidas «colaborações entre as várias entidades, com o objetivo de promover a centralidade da cidade de Guimarães, assim como do Polo de Engenharia da Universidade do Minho, para a inovação e desenvolvimento tecnológico». Neste sentido, serão «organizadas iniciativas, algumas destinadas à comunidade que ali se instale e outras abertas ao público em geral, como eventos em colaboração com a Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Guimarães. Existirão seminários dedicados aos temas de empreendedorismo, assim como workshops sobre conceitos de financiamento e apoio às empresas. Para além disto, serão preparadas sessões anuais com apresentações de ideias de negócio, que têm o objetivo de estimular o empreendedorismo. Também o Grupo Casais irá promover iniciativas relacionadas com sustentabilidade e tecnologia aliadas à construção». António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais. De acordo com o responsável pela construtora nortenha, o ambiente colaborativo «vai ser muito alimentado pelas várias iniciativas que estão planeadas por várias entidades, assim como encontros mensais com os colaboradores das empresas do MITH; eventos em colaboração com a Universidade do Minho e a Câmara Municipal de Guimarães; apresentações, workshops e sessões de partilha capazes de motivar e fomentar o espírito de inovação e progresso que o MITH transporta». Planos de expansão do modelo MITH António Carlos Rodrigues avança que, neste momento, «queremos consolidar esta localização, e avançar com a componente residencial, e expandir a área de Tech+work. Mas o conceito é replicável, em especial junto de polos universitários ou de inovação».

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