A Neinor Homes subiu mais de 4% na Bolsa depois de confirmar que está a avaliar a aquisição da sua concorrente Vía Célere, conforme informou esta segunda-feira à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV).
Especificamente, as ações da Neinor registaram uma subida de 4,02% na segunda-feira, na Bolsa de Madrid, para 11,9 euros, embora tenham atingido os 12 euros.
No final do ano passado, a Via Célere possuía terrenos que permitiam o desenvolvimento de 20.700 imóveis, contando com um valor bruto de ativos de 1.770 milhões de euros, dos quais fazem parte apartamentos no Porto e em Miraflores, no distrito de Lisboa. A Vía Célere terminou o ano passado com um lucro de 49,7 milhões de euros, o que representou uma subida de 121% face ao ano anterior.
A Neinor, por sua vez, encerrou 2020 com um património avaliado em 2.000 milhões de euros e um conjunto de terrenos disponíveis para o desenvolvimento de 16.100 imóveis.
A junção dos dois grupos daria então origem a uma empresa com terrenos para construir cerca de 37.000 imóveis, o que a tornaria a maior promotora residencial de Espanha com um valor bruto de mercado de cerca de 3.800 milhões de euros, segundo os dados do final de 2020.
Neinor e Värde Partners negociam há três meses e já se encontram em fase de due diligence
Caso se chegue a um acordo para a compra da Vía Célere, esta será a segunda operação societária realizada pela Neinor nos últimos meses, após a integração da Quabit no ano passado. Desde julho de 2019 a Vía Célere é liderada por José Ignacio Morales. Além da Värde, que controla 76,4% do capital, existem também outros acionistas minoritários conhecidos como é o caso da Greencoat.
A Neinor, dirigida por Borja García-Egotxeaga, multiplicou por seis os seus lucros no primeiro semestre do ano, registando um lucro líquido de 44,6 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, face aos 6,8 milhões registados no mesmo período do ano anterior, conforme reportado pela empresa à CNMV.
O aumento do lucro foi impulsionado pelo aumento das receitas, que triplicaram, de 101,3 milhões de euros no primeiro semestre de 2020, para 326,6 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano. Destes, 310,4 milhões de euros provêm da atividade promotora.