Os dados são da Savills, que analisou a atividade de investimento imobiliário em 12 países europeus na primeira metade do ano; com o multifamily a captar um total de 24.100 milhões de euros, ou seja, 23% do volume total alocado ao setor. Este resultado vem também confirmar o aumento da representação desta classe de ativos no mercado, comparando com a média de 16% da sua quota nos últimos cinco anos.
A perceção de estabilidade e segurança, bem como das suas caraterísticas defensivas são, para a Savills, os argumentos fundamentais para este aumento da popularidade do setor junto dos investidores. Tanto que em países como a Espanha, Suécia, Alemanha e Dinamarca, o peso desta classe de ativos ultrapassou os 30% do total de investimento imobiliário, atingindo mesmo os 42% no caso da Finlândia.
«Em Portugal, o interesse pelo desenvolvimento de projetos Multifamily é recente, mas o reconhecimento do potencial deste segmento, pelos sólidos fundamentos de mercado que apresenta, permite antever que nos próximos anos será um dos segmentos alvo de investimento dentro da classe de ativos alternativos. Até à data, a Savills contabilizou mais de 1.400 fogos, em projetos confirmados, integrados em empreendimentos Built to Rent que irão incrementar a oferta para arrendamento no concelho de Lisboa», comenta Alexadra Gomes, Head of Research da Savills Portugal.
Crescente popularidade faz comprimir yields
Os especialistas da Savills realçam ainda que a crescente competitividade observada no Multifamily tem feito contribuir as yields, que atingiram os níveis mais baixos dos últimos anos em 2020, situando-se nos 3,2% em média na Europa. A compressão continuou no 1º semestre de 2021, com este indicador a situar-se nos 290 pontos base.
A par com a compressão de yields, a consultora antecipa igualmente a entrada de novos investidores neste mercado bem como a reorientação da atenção e do interesse dos investidores já estabelecidos em direção a outras geografias menos concorridas; o que resultará num expectável aumento da competição neste segmento.
Da mesma forma, o aumento da procura de produto para arrendamento e a escassez estrutural da oferta estão também a contribuir para fazer subir os valores das rendas na Europa; prevendo-se que esta tendência esteja para continuar nos próximos tempos. No entanto, a expetativa é que este desajuste entre a procura e a oferta disponível venha a impulsionar o lançamento de novos projetos, concluem estes especialistas.