Foto de Marildo Montenegro | Vida Imobiliária
Quem o confirma é o próprio CEO da Merlin Properties Ismael Clemente que, no âmbito da terceira edição do Iberian REIT Conference, revela ainda que quando o passaporte comunitário for incorporado «toda a nossa atividade no país englobar-se-á numa SIGI».
A introdução do referido passaporte comunitário – que já existe em Espanha - facilitaria a entrada de REITs (Real Estate Investment Trust) e Socimis no mercado português, já que lhes permitiria criar uma SIGI agrupando um conjunto de ativos imobiliários no país. Mas «como não existe, estaríamos obrigados a cumprir o regime português, o que significaria que teríamos de agrupar todos os ativos numa sociedade portuguesa, cotizá-la no mercado português e conseguir 20% de free float», explica Ismael Clemente na ocasião citado pelo Cinco Días.
Assumindo que «a absorção das SIGI não foi perfeita», Ismael Clemente aponta ainda para a revisão do atual regime fiscal das SIGI, que hoje, segundo o diretivo, não é eficiente. Sobre estas mudanças não há planos no horizonte do atual Governo português, mas o CEO da gigante espanhola acredita que este será um tema que deverá ser colocado em cima da mesa de discussão e que deverá conduzir a um conjunto de «mudanças legislativas que tendem para uma perfeição técnica», tal como aconteceu com o regime das similares Socimis em Espanha.
Para 2020, a estratégia passa por acrescentar valor
Estando a criação de uma SIGI ainda longe de vista, este ano Merlin Properties deverá focar-se em criar valor na sua atual carteira de ativos, não só os localizados em Espanha, mas também aos 10% alocados em território português. A angariação de novos imóveis está, para já, suspensa.
Esta estratégia surge no seguimento da compressão das yields e, portanto, das rentabilidades. Ismael Clemente acredita que este ano haverá um abrandamento do investimento, o qual considera que é «uma consequência normal do ciclo».
Apesar do abrandamento, o CEO da Merlin Properties acredita que «este vai ser um ótimo ano. Não me parece que seja um ano de grandes choques macroeconómicos e as coisas correrão bem em Espanha se não forem tomadas medidas extremas», na legislação das Socimis atualmente em vigor.