Lisboa na Expo Real para "mostrar oportunidades de investimento"

Realiza-se esta sexta-feira, em Munique, o último dia da Expo Real 2023, feira de referência para o imobiliário e investimento. Entre os dias 4 e 6 de outubro, Lisboa esteve presente em busca de investidores interessados em apostar nesta região.«É a primeira vez que estamos aqui na Expo Real. Percebemos que é uma feira diferente, um evento muito diferente do MIPIM. Sente-se que, nesta feira, é para fechar negócios e este ano viemos cá para mostrar oportunidades de investimento em Lisboa», assinalou Joana Almeida, vereadora do Urbanismo na Câmara de Lisboa, em entrevista à Vida Imobiliária, acrescentando que «também viemos mostrar que estamos a melhorar nos tempos de licenciamento, com dados concretos: hoje em dia temos números para mostrar»."Queremos continuar a ir para tempos de aprovação mais curtos"Para projetos mais simples, «a Câmara de Lisboa está a demorar um mês; projetos com uma área de construção até 1.800 metros quadrados, estamos a demorar 5 meses; para projetos maiores, com uma área de construção acima dos 1.800 metros quadrados, no primeiro semestre de 2022 demorávamos 12 meses, e agora, no mesmo período em 2023, estamos a demorar 10 meses», indica a vereadora, salientando que «queremos continuar a ir para tempos de aprovação mais curtos». Joana Almeida atenta ao «problema do passivo, que herdámos com uma complexidade enorme, em que estamos caso a caso a encontrar soluções», reconhecendo que relativamente ao passivo «temos muito para melhorar, mas estamos a resolver».Quais as oportunidades que Lisboa traz à ExpoReal?A presença de Lisboa na Expo Real 2023 serve para transmitir que «estamos a mudar a nível do licenciamento» e, também, «que há muita área disponível para investir em Lisboa: esta é a mensagem que fica este ano». Para a próxima edição da feira internacional, a vereadora da Câmara de Lisboa sublinha que «queremos trazer projetos concretos a nível municipal, temos muito terreno municipal, queremos ser mais assertivos. Aqui na Expo Real é para fechar negócios e, no próximo ano, teremos a nossa carteira para fechar negócios».Mobilidade e estrutura verde são duas camadas fundamentais na revisão do PDMNeste momento, Joana Almeida refere que «estamos a terminar o nosso relatório do Estado do Ordenamento do Território (REOT), até ao final do ano, vamos a reunião de Câmara. Estamos já a avançar como é que vamos organizar a construção da visão estratégica para Lisboa que, no fundo, constitui a base da revisão do PDM».O paradigma do novo Plano Diretor Municipal passa por «termos aqui uma rede de mobilidade e transporte público para a cidade, uma rede de estrutura verde. O desenho de todo este espaço é fundamental para termos o upgrade para a cidade sustentável», enfatiza a vereadora do Urbanismo na Câmara de Lisboa, adiantando que «a mobilidade e a estrutura verde são duas camadas fundamentais na revisão do PDM». Para os investidores e promotores imobiliários, «a componente da construção de edifícios, ter também uma vertente ao nível da descarbonização e eficiência energética avançada».Fim do Estatuto de Residente Não HabitualO fim deste estatuto afeta especialmente a capital portuguesa, considera Joana Almeida, acrescentando que «tudo isto é uma loucura: estas decisões que o Governo tem vindo a tomar, em relação ao programa Mais habitação, a simplificação de licenciamento e agora dos residentes não habituais»."Tenho esperança de que isto não vá para a frente"Face a estas medidas tomadas pelo Governo, a vereadora do Urbanismo na Câmara de Lisboa tem «esperança de que isto não vá para a frente, pois precisamos de investimento estrangeiro». Joana Almeida enfatiza que «conseguimos evoluir e desenvolver à conta do investimento estrangeiro, que é muito importante para nós. Acho que isto está a ir para um caminho desastroso».Este ano, a Expo Real esteve patente em 7 pavilhões com mais de 1.700 expositores internacionais, que apresentaram todo o tipo de ativos, desde escritórios, a hotéis, retalho ou logística e residencial, além de novas propostas para a digitalização do setor na Expo Real Tech Alley. Lisboa esteve presente no habitual stand coletivo organizado pela InvestLisboa, agora denominado Lisboa Region, um modelo que tem provado o seu sucesso nos últimos anos.

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