Investimento já ultrapassa os €1.656M. Ano pode bater recorde de €3.400M

O investimento em imobiliário comercial em Portugal chegou aos 1.656 até setembro, pelas contas da Cushman & Wakefield, que esta terça-feira apresentou o seu Marketbeat Outono 2022. 74% do volume investido é de origem estrangeira.Entre os principais negócios fechados este ano, estão por exemplo a compra do Atrium Saldanha por 205 milhões de euros, do Portfólio Explorer, entre os 110 e os 120 milhões, do Portfólio Connect, por 208 milhões, do Pestana Blue Alvor, entre os 75 e os 85 milhões de euros, ou da Smart Studios, por 200 milhões de euros.37% do volume de investimento diz respeito ao segmento dos escritórios, que continua a dominar as preferências dos investidores. O setor industrial representou 32%, a hotelaria 15% e os segmentos alternativos 13%. Apenas o retalho perde dinamismo face a anos anteriores, nomeadamente os centros comerciais, apesar de se destacar a grande dinâmica deste setor, e também a falta de oferta de boas lojas de rua.Neste período analisado, a yield prime dos escritórios fixou-se nos 4%, 4,75% no caso da logística, 4,25% no comércio de rua e 5,50% nos centros comerciais.A consultora prevê que, dependendo do fecho de algumas transações, como a formalização da venda do Projeto Crow (portfólio da ECS), o volume de investimento pode fechar o ano nos 3.400 milhões de euros.Pessimismo generalizado vai levar a descida dos volumes de investimentoO ano está a ser muito positivo e promete bater recordes, mas o facto é que a conjuntura global está a criar um sentimento de pessimismo generalizado no mercado de investimento, segundo a C&W, nomeadamente devido às imprevisibilidades da guerra da Ucrânia, à subida da taxa de juro ou ao aumento dos custos de construção.Eric van Leuven, diretor geral da Cushman & Wakefield, descreve um «ano muito estranho» e um sentimento «um pouco esquizofrénico», perante um ano muito positivo (nomeadamente para a consultora, que está a ter o seu melhor ano de sempre em Portugal), mas com perspetivas mais receosas. «Os investidores são muito influenciados pelos seus próprios mercados, e a situação atual afeta muito o seu psicológico». Mas considera que, apesar de tudo, Portugal pode acabar por ser um dos destinos de investimento menos impactado, nomeadamente pela sua distância do conflito. Várias empresas estão inclusivamente a deslocalizar as suas operações de países do Leste da Europa para o nosso país.Espera-se, assim, um aumento das yields, uma correção de preços, e uma postura de “wait and see” por parte dos investidores imobiliários. Segundo o responsável, as yields prime deverão subir 25 pontos base até ao final deste ano, o que pode representar, por exemplo, uma subida de 6% no caso dos escritórios.Outra das tendências para os próximos tempos prende-se com o aumento das preocupações com o ESG, que vai aumentar, não só no caso dos fundos core.

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