No primeiro trimestre deste ano, que coincidiu com o período do segundo confinamento devido à pandemia, o investimento em imobiliário comercial atingiu os 221 milhões de euros, contabiliza a JLL no seu relatório Market Pulse.
De acordo com a consultora, este montante mais que duplica os 90 milhões de euros transacionados no primeiro confinamento de 2020, no segundo trimestre do ano.
Pedro Lancastre, diretor geral da JLL, assinala «um resultado notável, considerando que a atividade voltou a desenvolver-se num cenário de confinamento geral, o que atrasou diversos processos em curso».
Destaca que «é um montante em mais de duas vezes superior ao transacionado no anterior confinamento, comprovando que, mesmo havendo um fecho generalizado, os investidores encararam este período com maior confiança do que anteriormente, bem como que o apetite pelo mercado português continua forte».
Segundo a JLL, 95% deste investimento diz respeito a capital estrangeiro. O segmento dos escritórios dominou os negócios, representando 70% do montante total investido. Por isso, perspetiva-se que esta será uma das classes de ativos mais importantes do ano.
Por outro lado, o retalho e a hotelaria continuaram a ser as classes de ativos mais afetadas, ainda assim somando 15% do montante total investido. A JLL destaca o dinamismo dos supermercados e hipermercados enquanto produto de investimento.
Ao longo do trimestre, as yields prime mantiveram-se estáveis face ao final do ano passado, ainda que em mínimos históricos no segmento dos escritórios (4%), comércio de rua (4,5%) e logística (5,75%).
A liquidez continua alta no mercado, e os investidores continuam a mostrar apetite pelo mercado português. Existe um «número considerável» de mandatos, e mesmo num contexto de transações mais complexas, devido à atual conjuntura, a JLL prevê que 2021 seja bastante positivo no que toca ao volume de investimento.