A previsão é feita pelo departamento de Research da CBRE, que faz um balanço do último semestre e projeta o comportamento do mercado até ao final do ano.
Até junho, foram investidos cerca de 1.100 milhões de euros, com o setor hoteleiro a representar a maior fatia do capital, de 39%, pela primeira vez. Destaque para a venda de três hotéis da Minor em Lisboa ao Invesco. Já o retalho representou 29% do total investido em imobiliário de rendimento, e os escritórios 23%.
Francisco Horta e Costa, Diretor Geral da CBRE assinala que «o nível de investimento em 2018 rondou os 3.500 milhões de euros, sendo pouco provável que em 2019 se atinja novamente este recorde. Contudo, as projeções da CBRE são hoje mais altas que aquelas divulgadas no início do ano, apontando para o volume de investimento entre os 2.500 e os 3.000 milhões de euros», mais cerca de 500 milhões do que o previsto em janeiro. «Se estas previsões se concretizarem, será o segundo ano de maior investimento imobiliário em Portugal e o quarto em que os valores superam os 2 mil milhões de euros», prevê o responsável.
Por seu turno, Cristina Arouca, Diretora de Research da CBRE, aponta como as principais razões para o aceleramento do investimento no segundo semestre de 2019 «a manutenção de uma elevada liquidez por parte dos investidores e a garantia de que as taxas de juro, se vão manter inalteradas até ao final do ano, conforme anunciou o Banco Central Europeu».
Além disso, os fundamentos do mercado imobiliário em Portugal continuam robustos, na medida em que «a procura mantém-se muito ativa e persiste a escassez de espaços disponíveis para arrendamento, o que tem induzido uma forte subida do valor das rendas e, consequentemente, a valorização dos ativos imobiliários. A atratividade do setor reflete-se, inclusivamente, no número de novos investidores, nomeadamente internacionais, que abordam diariamente a CBRE», completa.
Como principais tendências de mercado para os próximos meses, e mesmo nos próximos 2 anos, a CBRE destaca o desequilíbrio entre a oferta e a procura de escritórios. O comércio de rua de Lisboa e Porto continuará a expandir-se, e o mercado residencial deverá manter também um enorme desfasamento entre a oferta e a procura, numa manutenção da tendência de subida dos preços, ainda que mais lenta.