O investimento imobiliário comercial em Portugal atingiu os 583 milhões de euros no 3º trimestre deste ano, acelerando face aos trimestres anteriores, e igualando o montante investido no 1º semestre do ano. Desde o início do ano, já foram investidos 1.173 milhões de euros.
As contas são da JLL, que partilha os valores no seu mais recente Market Pulse. 53% destes 583 milhões de euros diz respeito a ativos de escritórios, e 41% a ativos hoteleiros.
Uma das maiores transações do trimestre foi a venda de um portfólio de 15 edifícios de escritórios na Quinta da Fonte, por 150 milhões de euros, além da venda do edifício JQ1 na zona Oriental de Lisboa, por 98 milhões de euros.
Destaque também para a transação de hotéis como o Tivoli Vilamoura e Tivoli Carvoeiro, por 148 milhões de euros.
Segundo a consultora, as yields prime mantêm-se estáveis, com níveis mínimos em vários setores, nomeadamente 4% no mercado de escritórios, 4,25% no comércio de rua, 5,75% no mercado de industrial e logística. A yield prime fixa-se nos 5,25% no caso dos centros comerciais e nos 6,5% nos retail parks.
Pedro Lancastre, diretor geral da consultora em Portugal, destaca que «mesmo incluindo o período de verão, naturalmente menos dinâmico, os últimos três meses geraram 50% de todo o investimento acumulado no ano». Na sua opinião «este é um excelente sinal para a reta final do ano, pois comprova o apetite dos investidores e o seu maior otimismo, bem como a credibilidade de Portugal no mapa internacional de investimento, onde existe muita liquidez disponível. Mesmo tendo atravessado um início de ano conturbado, com um novo confinamento, o mercado imobiliário tem condições de retomar os seus níveis de atividade pré-Covid, que nos últimos anos foram muito robustos».
O responsável considera que «mantendo este ritmo de aceleração e considerando a maior apetência dos investidores para diversificarem os seus alvos de investimento quer no tipo de imóveis quer nas localizações, possivelmente alcançaremos no final do ano os 2.500 milhões transacionados».
Traçando uma perspetiva para os próximos meses, no que diz respeito ao mercado de escritórios, destaca que «tudo se alinha para superarmos a ocupação do ano passado». Na habitação, «as vendas têm surpreendido, com novo recorde de transações e preços sólidos». Menos dinâmico, «o retalho, naturalmente, tem recuperado mais lentamente, mas também está no bom caminho», conclui o responsável.