Investimento imobiliário soma 1.000 milhões até setembro

Investimento imobiliário soma 1.000 milhões até setembro
Fotografia de Freepik.

Concluído o terceiro trimestre, a Worx Real Estate Consultants lançou os relatórios Outlook T3 2024, sobre o mercado de investimento em imobiliário Comercial em Portugal e sobre o Mercado de Escritórios em Lisboa. A publicação destaca os primeiros sinais de uma recuperação do mercado de investimento na Europa, evidenciado pelo aumento de 8% do capital alocado a imobiliário comercial nos primeiros nove meses do ano face a igual período do ano anterior, a par da estabilização das yields prime nos principais mercados.

No contexto nacional, o balanço deste ano revela uma economia portuguesa que, apesar de uma revisão em baixa para um crescimento de 1,6% pelo Banco de Portugal, mantém-se acima da média da Zona Euro, estimada em 0,8% para este ano. Até setembro, o investimento em imobiliário comercial em Portugal totalizou cerca de mil milhões de euros, um valor consistente com o período homólogo, e o terceiro trimestre destacou-se pela maior transação do ano: a compra do Alegro Montijo pela Lighthouse Properties.

O retalho consolidou-se como o setor mais atrativo, concentrando mais de 30% do capital investido, especialmente em supermercados e retail parks. Observa-se também uma recuperação no investimento em escritórios, enquanto o setor hoteleiro mantém a sua atratividade, consolidando-se como o segundo mais apelativo. Apesar da resiliência do mercado de investimento, o crescimento esperado tem sido limitado pela descida das taxas de juro e melhoria das condições de financiamento, com um investimento projetado próximo dos dois mil milhões de euros para 2024, prevendo-se um aumento significativo apenas em 2025.

As yields prime permanecem estáveis, com indícios de uma possível compressão entre o final de 2024 e início de 2025. No setor de escritórios, a ocupação na Grande Lisboa atingiu 168.546 m² até setembro, duplicando a procura face ao período homólogo e superando a absorção total de 2023. Entre as principais operações do ano, destacou-se a ocupação do edifício Rato 11 (zona 2) pela Deloitte, com mais de 8.000 m².

As zonas Parque das Nações e as Zonas Emergentes registaram os maiores volumes de absorção, com 32% e 25% respetivamente, enquanto a Prime CBD viu quase duplicar o número de negócios, evidenciando uma crescente procura por localizações centrais. Assim, estima-se que a absorção de espaços de escritórios se aproxime dos 200.000 m², configurando-se como um dos melhores desempenhos do setor na última década.

A propósito deste lançamento e desta análise, Pedro Rutkowski, CEO da Worx, destaca que «estes são sinais de uma clara recuperação da procura por escritórios que se deverá consolidar no próximo ano. A Worx orgulha-se de ter participado na comercialização de mais de 60.000 m², incluindo em três das maiores operações até ao momento, arrecadando uma participação de mercado próxima dos 40%».