O mercado imobiliário comercial português atraiu 342 milhões de euros no 3º trimestre do ano, um aumento de 39% face ao período homólogo, e mais 9% face ao trimestre anterior. É o que mostram os números da CBRE.
Francisco Horta e Costa, CEO da consultora, comenta em comunicado que «a resiliência do mercado imobiliário português continua a superar as expectativas, refletindo uma procura robusta em segmentos estratégicos como o retalho e a logística. Observamos uma estabilização nas yields e um pipeline de transações promissor, o que aponta para um crescimento sustentável a curto prazo. Este desempenho destaca a atratividade de Portugal como um destino seguro para investidores, que procuram diversificação e solidez, investindo tanto em setores tradicionais como em produtos emergentes. Para o futuro, mantemos uma perspetiva otimista, estimulada por novas oportunidades de desenvolvimento e expansão, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto».
No trimestre em causa, o retalho representou mais de 60% do volume total de investimento, superando os 200 milhões de euros, alavancados com a transação de vários centros comerciais. Registaram-se também 28 novas aberturas de lojas nos principais eixos de Lisboa e Porto, lideradas pelo segmento de restauração, o que também confirma a boa performance deste setor. Até ao final do ano, espera-se a entrada de 17.500 metros quadrados no mercado, respeitantes a retail parks atualmente em fase final de desenvolvimento.
No mercado de industrial e logística, o volume investido aumentou 51% face ao ano passado. Segundo a consultora, apesar de uma queda de 20% na absorção de espaços logísticos em comparação com o 3.º trimestre de 2023, com uma área ocupada de 234.000 m², motivada pela falta de oferta existente, «o setor continua a ver uma procura forte, estimulada por novos produtos a entrar no mercado. Este cenário está a pressionar as rendas prime para níveis mais elevados, agora fixadas em 6,55 euros/m²/mês». Em termos de yields, Lisboa e Porto mantiveram-se estáveis, a 5,75% e 6%, respetivamente.
No que toca aos escritórios, a CBRE destaca que o nível de ocupação acumulado continua a ser relevante. Em Lisboa, foram ocupados 41.000 m² de espaços de escritórios no 3º trimestre, totalizando 168.500 m² desde o início do ano, representando um aumento de 46% face ao total de 2023. A taxa de vacancy em Lisboa diminuiu 23 pontos-base, para 7,45%. No Porto, a ocupação de escritórios ultrapassou os níveis de 2023, com uma absorção de 58.600 m² até setembro, representando um aumento de 14%. «Este crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela relocalização de empresas, que representou cerca de 60% das ocupações no 3.º trimestre. A taxa de vacancy aumentou ligeiramente, mas mantém-se em níveis baixos, fixando-se agora em 5,6%».