Investimento estrangeiro no centro de Lisboa desce 50%

Investimento estrangeiro no centro de Lisboa desce 50%

Trata-se de uma redução de 50% em número de imóveis e de 53% no montante investido face ao trimestre anterior, mostram os números apurados pela Confidencial Imobiliário no âmbito do SIR-Reabilitação Urbana, que considera operações de aquisição de imóveis residenciais concretizadas por compradores particulares internacionais em 17 freguesias centrais da cidade.

Estes dados mostram também que o leque de nacionalidades se reduziu, face às 49 nacionalidades registadas nos primeiros três meses do ano, quando foram adquiridos 466 imóveis num total de 238,8 milhões de euros.

«Este forte abrandamento do investimento internacional em habitação nas zonas mais centrais de Lisboa reflete, sobretudo, o impacto da pandemia nos fluxos de capital internacional direcionados ao mercado português», explica Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.

Contudo, «o Índice de Volume de Vendas a Internacionais que a Confidencial Imobiliário apurou para este território mostra que este mercado dava já sinais de alguma perda de força no momento pré-Covid. No 2º e 3º trimestres de 2019 observaram-se quebras trimestrais de 9,5% e 14,1%, respetivamente, nas vendas estrangeiros, com o 1º trimestre deste ano a evidenciar nova queda, de 9,1%. Tal poderá ter sido uma reação ao anúncio de novas medidas fiscais e legais referentes aos programas de captação de investimento estrangeiro», completa.

No trimestre em causa, os compradores oriundos da China foram os mais representativos, com uma quota de 33% no volume de investimento internacional, seguidos pelos franceses, com 13%, pelos brasileiros, com 7%, pelos norte-americanos, com 6%, e pelos britânicos, com 5% do total.

No período em causa, a Estrela registou um total de 25,4 milhões de euros investidos, e Santa Maria Maior 23,5 milhões. Foram estes os principais destinos de investimento estrangeiro na cidade no segundo trimestre do ano.

Destaque ainda para a freguesia de Santo António, que atraiu 17,8 milhões de euros nestes três meses. As restantes freguesias analisadas receberam menos de 10 milhões de euros de investimento internacional em habitação.

O abrandamento do investimento estrangeiro foi sentido por todas as 17 freguesias analisadas, mas a Estrela foi das que perdeu menos dinâmica, com uma quebra de 12% do montante transacionado. Santa Maria Maior e Santo António registaram abrandamentos de 50% e 63%, respetivamente.