O balanço de 2024 é positivo em todos os setores, de acordo com as conclusões finais da Worx Real Estate Consultants sobre a atividade do mercado imobiliário. O investimento em imobiliário comercial em Portugal ascendeu a cerca de 2.300 milhões de euros no ano de 2024, um valor 42% acima do ano de 2023.
O quarto trimestre do ano testemunhou a aquisição do Projeto Athos composto por diversos supermercados e stand alones do grupo Os Mosqueteiros, cujo comprador Leadcrest Capital Partners já adquiriu uma participação de 49% num valor que ronda os 250 milhões de euros. O o setor do retalho agregou a maior fatia do volume de investimento, com 1.130 milhões de euros, tendo quase duplicado em relação a 2023 e destacando-se como o segundo melhor ano na última década.
Os setores hoteleiro e de escritórios acumularam de resto mais de um terço do total do investimento, com 20% e 15% respetivamente. O setor de escritórios perdeu protagonismo para outros setores, totalizando perto de 345 milhões de euros. As recentes reduções das taxas de juro conduziram a alguma aceleração da atividade de investimento, refere a consultora. No entanto, já é evidente uma redução das diferenças na negociação dos valores de compra e venda, à medida que as condições de financiamento se tornam mais favoráveis. Daí que também se preveja uma recuperação mais substancial em 2025.
Pedro Rutkowski, CEO da Worx, antevê que «2025 comece em nota positiva, com o contexto financeiro cada vez mais favorável e uma mão cheia de oportunidades de investimento em Portugal, seja em que setor for».
O estudo Pan-European Office Occupier Survey 2024 do BNP Paribas Real Estate, de quem a Worx é Alliance Partner, que inquiriu 168 empresas com presença europeia, concluiu que 45% das empresas pretende reduzir o número de dias de trabalho remoto. Estas alterações previstas, aliadas à necessidade de os escritórios serem espaços cada vez mais flexíveis, deverão contribuir para este aumento da procura de escritórios.
É igualmente provável que também as rendas prime revelem um aumento moderado em 2025, decorrente da conclusão iminente de alguns novos projetos na Zona Prime (zona 2) e no Centro Histórico (zona 4), oferecendo espaços disponíveis a rendas mais elevadas.
Em termos prospetivos, a consultora antecipa um crescimento significativo do investimento nos setores residencial e logístico, juntamente com uma recuperação contínua da atratividade do setor dos escritórios. Dado que se avizinham novas reduções das taxas de juro, é provável que se verifique uma compressão das yields prime.
Pedro Rutkowski infere que «fechamos 2024 com resultados históricos no setor, e olhamos para 2025 de forma otimista, na expectativa de ver os novos projetos que estão a surgir no mercado. Portugal continua a marcar pontos como destino de excelência para investidores e multinacionais, e estamos certos de que vamos manter este nosso posicionamento».