Esta atividade reflete a transação de todo o tipo de imóveis, desde prédios a frações, e inclui vários segmentos, como o residencial, comercial, serviços ou terrenos. Conforme apurou a Confidencial Imobiliário, este resultado representou também uma diminuição de 18% no número de transações face ao ano anterior. No entanto, o montante médio por operação foi de cerca de 478.400 euros, mais 32.000 euros (7%) que o valor investido em 2018.
Ricardo Guimarães, diretor da Ci, comenta estes números, referindo que «este abrandamento era previsível tendo em conta o pico histórico atingido em 2018, de cerca de 6.000 milhões de euros, e o facto de tal volume consolidar dois anos de crescimentos anuais acima dos 30%. Ou seja, é um efeito natural do atual ciclo. Mas é também já reflexo de alguma retração no investimento decorrente da incerteza que se instalou entre os investidores na sequência das mudanças legais e fiscais anunciadas».
E reforça que «quer isto dizer que, mesmo num momento pré Covid-19, começava já a ser evidente alguma perda de força do mercado». Para o responsável, «no atual cenário de quebra abrupta e inesperada da procura, poderá ser uma boa oportunidade fazer a reavaliação de tais medidas. Com esta situação de pandemia, as transações pararam e manter-se-ão assim pelo menos durante o tempo em que estiver instalado o Estado de Emergência. Não sabemos de que intervalo de tempo estamos a falar, mas é inevitável que a atividade anual seja afetada face a 2019. Devolver confiança aos investidores pela via já referida pode ser benéfico para amenizar este impacto».
Habitação domina investimento
A habitação continuou a ser o principal alvo do investimento em 2019, representando 65% do volume total transacionado no ano, equivalente a 3.390 milhões de euros, num total de 8.770 operações (82% do total).
Já o comércio e serviços representou 1.280 milhões de euros investidos, um total de 25% do investimento, e 1.420 operações, 13% do total.
Segundo a análise da Ci, as freguesias de Santo António (595 milhões), Santa Maria Maior (553 milhões), Avenidas Novas (552 milhões) e Misericórdia (532 milhões) foram os principais destinos do investimento, com quotas de 10% a 11%. Arroios, com 453 milhões investidos, e a Estrela, com 447 milhões, representaram quotas de 9%. Este conjunto de freguesias representa 60% de todo o investimento imobiliário realizado na ARU de Lisboa em 2019.